Quem tira glúten da dieta tende a buscar hábitos perigosos para emagrecer
Não é novidade que o consumo de alimentos sem glúten aumentou bastante. Os motivos para as pessoas buscarem esses produtos variam e vão desde intolerância à substância até acreditar que cortar o nutriente da dieta pode ajudar a ter uma vida mais saudável e a perder peso.
Para tentar compreender melhor qual o perfil do público que tanto se interessa em glúten, pesquisadores analisaram hábitos de 1.819 jovens adultos de 25 a 36 anos. Os resultados foram publicados no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
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A ideia era mensurar se as pessoas tinham preocupação com perda de peso, como eram seus comportamentos perante o peso, se tinham valores quanto ao tipo de produção dos alimentos, quais seus comportamentos alimentares, atividades físicas e dieta.
Os resultados mostraram que aproximadamente 13% dos participantes valorizavam alimentos sem glúten. Quem tinha preocupação em consumir produtos sem glúten tinha de quatro a sete vezes mais chances de valorizar práticas de produção de alimentos, como orgânicos, cultivados localmente, não transgênicos e não processados. Além disso, houve associação entre a valorização de alimentos sem glúten, o uso de dados nutricionais e o fato de ter objetivos de alcance de um peso determinado.
A valorização de alimentos sem glúten estava ligada a comportamentos alimentares saudáveis, como tomar café da manhã diariamente e consumir mais frutas e verduras. Por outro lado, a preferência por alimentos sem glúten também estava relacionada a comportamentos pouco saudáveis de controle de peso, como fumar, usar pílulas dietéticas ou laxante.
Os dados mostram que, embora evitar o glúten possa estar associado a um interesse geral em manter uma alimentação saudável, também pode indicar uma preocupação prejudicial com a perda de peso ou com comportamentos maléficos que promovem o emagrecimento.
A valorização de alimentos sem glúten era três vezes maior para adultos jovens engajados em comportamentos de controle de peso não saudáveis.
Com os dados, os cientistas alertam para necessidade de informar os jovens adultos sobre como usar os alimentos sem glúten de forma saudável, para que tais alimentos não ajudem a perpetuar um comportamento nocivo em busca de emagrecimento, uma vez que as gôndolas de supermercado estão cada vez mais cheias de etiquetas com “não contém glúten”.
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