Pessoas consomem glúten mesmo em dieta "totalmente" sem o nutriente
Para quem tem doença celíaca --inflamação do intestino delgado causada por alimentos com glúten --, deixar de ingerir a proteína presente no trigo e outros grãos vai além de uma tática para emagrecer. É questão de saúde, pois a substância pode causar problemas como diarreia crônica, prisão de ventre e anemia. E essas pessoas precisam ficar atentas com o que estão consumindo.
Um estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, investigou quanto glúten esses indivíduos estavam comendo mesmo seguindo uma dieta rigorosa, que em teoria não tem a substância. Resultado: os celíacos costumam ingerir, sem saber, entre 150 mg a 400 mg da proteína por dia.
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A pesquisa analisou o consumo de glúten dos voluntários de duas formas. Pela quantidade de produtos de decomposição do glúten indigestíveis --ou peptídeos imunogênicos do glúten -- nas fezes e na urina das pessoas. E também por meio de um ensaio clínico para um novo medicamento focado na doença celíaca, observando as alterações no intestino.
Antes do estudo, os pesquisadores estimavam que, tipicamente, pacientes com doença celíaca consomem até 244 mg de glúten ao dia. Mas o teste de fezes apontou que a ingestão varia entre 150 mg e 400 mg. Já o exame de urina concluiu que o consumo do nutriente é de 300 mg a 400 mg; e o ensaio clínico, de que é maior de 200 mg.
Isso significa que muitas pessoas que pensam manter uma dieta 100% livre de glúten estão, de fato, ingerindo quantidade suficiente para causar danos intestinais e problemas como diarreia. Embora esse trabalho seja preliminar e baseado em artigos anteriores, trata-se de um achado importante para pessoas com doença celíaca. Agora, os pesquisadores pretendem a resposta para a próxima grande questão --de onde vem todo esse glúten oculto?
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