Novas descobertas podem tornar vacina para sífilis possível
Apesar dos esforços para erradicá-la, a sífilis está em ascensão. De 2014 a 2015, de acordo com o Ministério da Saúde, os casos de sífilis em adultos aumentaram 32,7% no Brasil. Entre os jovens de 15 aos 29 anos, os casos de sífilis subiram 5.860%, entre 2010 e 2015, segundo dados do Conselho Federal de Medicina. Até agora, a maioria das agências de saúde se concentrava em tratar pessoas infectadas e seus parceiros sexuais, mas novas descobertas podem tornar uma vacina possível, de acordo com um novo estudo, publicado nesta terça (12) no periódico mBio.
Segundo o autor da pesquisa Juan C. Salazar, chefe do Centro Médico Infantil de Connecticut, nos Estados Unidos, a sífilis é difícil de estudar porque, além de só ser encontrada em humanos e em coelhos, a bactéria que causa a doença, chamada de T. pallidum, é delicada demais e tende a se romper durante a manipulação.
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Entretanto, quando a análise genética se tornou disponível, os cientistas observaram o código genético do T. pallidum, que tem, no total, apenas 1000 genes, e descobriram que ele se modifica para evitar o sistema imunológico da vítima.
Além disso, os pesquisadores viram algo importantíssimo: esses genes mutantes codificavam as proteínas que ficam na parte externa da bactéria. Por que isso é essencial para a criação de uma vacina? Essas proteínas são como o nosso sistema imunológico: reconhece os invasores.
Claro, proteínas que sofrem mutações para se esconder do sistema imunológico não são boas candidatas para uma vacina. Para uma imunização, você quer o oposto: proteínas que são sempre as mesmas em todas as bactérias da sífilis. Assim, o passo final no trabalho da equipe foi voltar para código genético do T. pallidum para encontrar genes que codificavam proteínas na membrana externa que nunca mudaram. E eles os encontraram.
Agora, os pesquisadores planejam usar essas proteínas para imunizar coelhos e provar que podem funcionar como uma vacina em humanos. Os cientistas também estão procurando por tipos ainda mais diversos de sífilis. Se as proteínas que eles identificaram realmente se tornarem uma vacina, elas querem beneficiar o maior número de pessoas possível.
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