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Polêmica da PrEP continua: estudo associa pílula ao abandono da camisinha

A PrEP pode ser boa até mesmo para combater ISTs que não são diretamente prevenidas pelo medicamento - iStock
A PrEP pode ser boa até mesmo para combater ISTs que não são diretamente prevenidas pelo medicamento Imagem: iStock

Do VivaBem

07/06/2018 11h35

Considerada um avanço na prevenção do HIV, a PrEP --Profilaxia Pré-Exposição ao HIV-- é distribuída pelo SUS desde o final de 2017. A polêmica em torno do medicamento, no entanto, começou quando a revista Época publicou uma matéria de capa chamada “A Outra Pílula Azul - O novo medicamento que está fazendo os gays abandonar a segurança da camisinha". Quando o artigo foi divulgado, o médico infectologista Rico Vasconcelos explicou que mesmo evitando o vírus (e auxiliando no combate de outras infecções sexualmente transmissíveis), o comprimido não substitui a proteção trazida pelo preservativo.

Agora, um novo estudo, publicado no periódico The Lancet HIV na quarta-feira (6), levanta sérias questões sobre a introdução da PrEP em países em desenvolvimento com altos níveis de infecção, sem um forte pacote de apoio educacional para encorajar o uso de preservativos.

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A pesquisa, que envolveu 17 mil homens gays e bissexuais em Victoria e Nova Gales do Sul, na Austrália, mostra que a PrEP foi adotada com entusiasmo nessas cidades. Entre 2013 e 2017, o número de homens HIV negativos tomando as pílulas para se protegerem aumentou de 2% para 24%. Mas o uso consistente de preservativos caiu de 46% para 31%.

"Nossas descobertas sugerem que a rápida absorção da PrEP interrompeu o uso do preservativo em nível comunitário", diz Martin Holt, da Universidade de New South Wales, que liderou a pesquisa. “No entanto, é cedo demais para dizer os efeitos a longo prazo do aumento do uso do comprimido e se o declínio do uso do preservativo pode impedir sua eficácia a longo prazo da população.”

Mas especialistas dizem que a PrEP não é a única responsável. Em uma entrevista ao jornal The Guardian, Michael Brady, diretor médico do Terrence Higgins Trust, no Reino Unido, disse que a queda no uso de preservativos provavelmente não tem relação apenas com o acesso ao comprimido. "O sexo sem camisinha tem caído em gays há uma década. As taxas de gonorreia e sífilis estão subindo. Isso é muito antes de a PrEP acontecer.”

De acordo com os pesquisadores, é importante lembrar que o uso de preservativos ainda é significativamente maior em homens gays e bissexuais do que na população heterossexual. “Tomar a PrEP é uma forma adicional de responsabilizar-se proativamente pelo seu próprio risco para o HIV”, afirmam os autores.

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