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Teste de saliva e novas variações no DNA acusam risco de tumor de próstata

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

12/06/2018 19h38

Como resultado de um longo processo de pesquisa de seis anos, uma equipe com mais de 100 médicos identificou 63 novas variações genéticas que podem indicar maior risco de câncer de próstata em homens de descendência europeia.

As descobertas, publicadas na Nature, podem ser úteis para determinar quais homens precisam ser examinados regularmente por ter mais risco genético de câncer de próstata. Além disso, a novidade representa um aumento nos marcadores genéticos para o câncer de próstata, que foram identificados pela primeira vez em 2006.

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As mudanças no DNA, conhecidas como marcadores genéticos, ocorrem quando uma única base do DNA muda sua posição usual, o que pode servir como uma bandeira para alertar os médicos quando um paciente tem mais risco de uma determinada doença – no caso, o câncer de próstata.

Para ter uma ideia, existem três bilhões de pares de bases no genoma humano, destes, um total de 163 foram associados ao câncer de próstata (contando os 63 da nova publicação).

No novo estudo, os pesquisadores descobriram que os homens com maior escore de risco genético têm chances seis vezes maiores de câncer de próstata em comparação aos homens com uma pontuação média de risco genético.

Para chegar a essas conclusões, os cientistas analisaram sequências de DNA de cerca de 80 mil homens com câncer de próstata e cerca de 60 mil que não tinham a doença. Os voluntários com tumor tinham uma frequência maior das 63 variações genéticas determinadas do que os homens sem a doença. Além disso, quanto mais dessas variantes o homem tivesse, maior a probabilidade de desenvolver câncer de próstata.

"Algum dia pode ser possível direcionar os tratamentos com base no escore de risco genético do câncer de próstata de um paciente," concluíram os pesquisadores.

Exames usando a descoberta já são criados

Outros médicos iniciaram testes com um exame simples de saliva que visa identificar os 10% dos homens com maior risco de desenvolver câncer de próstata.

Para desenvolver o produto, os 163 marcadores genéticos já existentes e relacionados ao câncer de próstata foram utilizados.

"A razão pela qual estamos particularmente entusiasmados com o exame é que ele pode ser oferecido de forma simples como um teste de cuspe e mesmo assim vai ajudar a identificar quem tem maior risco de câncer de próstata, o que nos auxilia a oferecer uma triagem direcionada", disse Rosalind Eeles, geneticista que participa do desenvolvimento do exame.

Os médicos estão otimistas, pois seria um meio fácil e eficiente de informar as probabilidades de câncer de próstata para o paciente. Quanto antes a doença for identificada maior são as chances de cura.

Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos é o quarto tipo mais comum e o segundo mais incidente entre os homens.

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