Preste atenção: ser distraído pode atrapalhar seu olfato
Você já percebeu que quando está distraído com alguma coisa, não enxerga muito bem o que se passa ao seu redor? Pois um novo estudo mostrou que a distração não só prejudica a visão, como também seu olfato. A “anosmia desatenta”, ou melhor, não sentir cheiro das coisas por causa da desatenção, foi comprovada em uma pesquisa da Universidade de Sussex, no Reino Unido.
“Descobrimos que é menos provável que as pessoas notem um cheiro se estiverem ocupadas em uma tarefa”, diz Sophie Forster, autora do estudo. “Muitos de nós já passamos por isso: às vezes estamos trabalhando em uma sala e, quando uma nova pessoa entra e diz que o ambiente cheira a algo diferente, percebemos que não estávamos sentindo o aroma até então.”
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No estudo, os psicólogos pediram aos participantes que entrassem em uma sala que tinha grãos de café escondidos. Na sala, os voluntários observaram duas imagens projetadas: uma que demandava mais atenção e outra mais simples. Depois de deixarem a sala, eles foram solicitados a descreverem o ambiente onde ocorreu a projeção. Perguntas de acompanhamento para determinar se eles haviam notado ou não o cheiro também foram feitas.
Os pesquisadores disseram que aqueles cuja atenção foi ocupada pela tarefa mais exigente foram 42,5% menos propensos a notar o cheiro. Os participantes ficaram tipicamente surpresos quando voltaram para a sala depois para descobrir o forte cheiro de café, que eles haviam perdido anteriormente.
Segundo Forster, esse estudo poderia ter uma série de implicações. “Por exemplo, se você está ocupado com uma tarefa, é menos provável que você seja tentado pelos cheiros da comida. Ou se você não quer que sua amiga suponha que você está fazendo um bolo de aniversário na outra sala, pode distraí-la com um quebra-cabeça por cerca de 20 minutos”, diz ela.
Pesquisas anteriores mostraram que há uma janela de aproximadamente 20 minutos antes que o cérebro não seja mais capaz de detectar o cheiro --um fenômeno conhecido como habituação olfativa. De acordo com Forster, no caso de uma informação visual ou auditiva, nós só tendemos a notá-la uma vez que não estamos mais ocupados. No entanto, o cérebro pode se habituar a cheiros tão fortemente que eles não são detectados, mesmo quando somos especificamente questionados sobre eles.
“Se esta habituação ocorrer durante o período em que as pessoas se distraem com uma tarefa, pode-se perder a oportunidade de detectar um cheiro. Acredita-se que a razão de haver um limite de tempo para detectar os aromas esteja relacionada ao fato de que o sistema olfativo evoluiu antes dos outros sentidos e, portanto, é mais básico e animalesco", conclui a pesquisadora.
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