Desativar proteína específica pode impedir que câncer de mama se espalhe
A metástase é a principal causa de morte relacionada ao câncer. Chama-se metástase quando há disseminação de células cancerosas por meio da corrente sanguínea ou linfática --ou seja, quando a célula sai do local de origem e vai para outro órgão, se espalha.
Recentemente, uma equipe que estudava sobre metástase na Universidade de Montreal, no Canadá, descobriu uma proteína que, uma vez desativada, poderia prevenir o desenvolvimento de metástases em um tipo agressivo de tumor, o câncer de mama HER2 positivo. Os resultados foram publicados na revista científica Cell Reports.
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O que acontece no caso de metástase?
Um tumor se desenvolve quando as células se proliferam a uma taxa muito alta e se aglomeram em um tecido saudável. Algumas dessas “células ruins” são ainda mais astutas e conseguem deixar o câncer, se espalhando pelo corpo.
Elas se movem com mais facilidade do que a maioria, se desprendem do tumor, entram na corrente sanguínea e chegam a outros órgãos, como por exemplo pulmões, ossos ou cérebro. As células metastásticas são mais difíceis de destruir à medida que se espalham no organismo e mais resistentes aos tratamentos atuais. Assim, uma prioridade na oncologia é impedir que as células tumorais se espalhem.
Descoberta de um alvo promissor
A equipe de cientistas demonstrou que a proteína AXL influencia na ocorrência de metástase de câncer de mama HER2 positivo. Nestes casos, as células com altos níveis de AXL são mais propensas a se separarem do tumor para gerar metástase.
Em camundongos e em amostras de células tumorais retiradas de pacientes com o câncer, verificou-se que quanto menos AXL presente melhor a taxa de sobrevivência.
“Com base nessa descoberta, um tratamento direcionado ao AXL poderia reduzir o risco de metástase”, disse Jean-François Côté, líder do estudo.
Os pesquisadores administraram uma terapia medicamentosa inibidora de AXL em camundongos com tumores HER2 positivo e notaram que as metástases realmente foram menos propensas a se desenvolverem.
A droga está sendo testada em ensaios clínicos para uso terapêutico. Também existem outros trabalhos da equipe em andamento para analisar se o método pode atuar como um complemento para terapias em humanos visando casos de câncer de mama HER2 positivo.
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