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Seu bebê precisa ser exposto a micro-organismos; saiba o motivo

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

06/02/2018 13h41

Diversos estudos sugerem fortemente que os trilhões de micro-organismos que habitam o corpo humano influenciam a nossa saúde atual e futura, o que pode explicar a crescente incidência de várias condições médicas graves atualmente. Mas pesquisas indicam que partos por cesárea e a amamentação limitada podem distorcer de forma negativa a população de micro-organismos presentes no intestino do bebê.

O que poderia ser uma explicação para o aumento não controlado de problemas de saúde preocupantes em crianças e adultos --incluindo asma, alergias, doença celíaca, diabetes tipo 1 e obesidade. Tais condições, entre outras, têm mais chances de surgir quando o intestino da criança não foi preenchido corretamente por bactérias que promovem a saúde.

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De acordo com o The New York Times, um número cada vez maior de especialistas estão prestando atenção no momento onde tudo começa, especialmente em relação a como essa enorme população de micróbios em nossos corpos --o microbioma-- é afetada, para o bem ou o mal, pela forma como os bebês nascem e se alimentam.

Esses organismos realizam funções importantes, que incluem digerir nutrientes não utilizados pelo corpo, produzir vitaminas, estimular o desenvolvimento imune, combater bactérias nocivas e promover o desenvolvimento do intestino. A interrupção em uma ou mais dessas funções pode levar a problemas de saúde graves. 

Nascimento via vaginal

Se, por exemplo, o processo de evolução do intestino é prejudicado ou atrasado, certos especialistas acreditam que as proteínas não digeridas podem escorrer na corrente sanguínea e desencadear uma intolerância à alergia ou ao glúten. Ou que um sistema imunológico prejudicado pode resultar em uma doença autoimune, como diabetes tipo 1 ou artrite juvenil.

Os bebês são expostos a alguns organismos no útero, mas os que são encontrados durante o nascimento e os primeiros meses de vida têm maior influência sobre aqueles que se tornam residentes permanentes em suas entranhas. Estudos recentes demonstraram que um nascimento vaginal e uma amamentação exclusiva podem afetar significativamente os tipos e o número de micróbios intestinais.

Um exemplo é um estudo dinamarquês, que envolveu dois milhões de crianças nascidas entre 1977 e 2012, e descobriu que aqueles que vieram por cesariana foram significativamente mais propensos a desenvolverem asma, doença do tecido conjuntivo, artrite juvenil, doença inflamatória intestinal, deficiências imunológicas e leucemia, do que os que nasceram por via vaginal.

Quando vêm ao mundo de forma natural, os bebês adquirem, principalmente, os micróbios que habitam a vagina e o intestino da mãe. Já nos casos dos partos via cirurgia, a criança começa a adquirir micróbios principalmente da pele da mãe e da equipe que está no ambiente do parto.

No caso de uma cesariana de emergência, o bebê ganha menos micróbios da mãe do que no nascimento vaginal, mas muito mais do que por uma cesariana programada. Verificou-se que essas diferenças na microbiota intestinal persistem nas crianças até os 7 anos de idade, segundo estudo publicado na Finlândia em 2004.

E agora?

Para combater os efeitos de um nascimento cirúrgico no microbioma do bebê, um número crescente de mulheres pedem que a equipe médica transfira os micróbios da vagina da mãe para seus filhos logo após o nascimento. No entanto, um comitê de especialistas do American College of Obstetricians and Gynecologists advertiu recentemente que a prática, conhecida como semeadura vaginal, era prematura e possivelmente perigosa.

Eles ressaltam que ela não deve ser realizada fora do contexto de um protocolo de pesquisa aprovado pelo conselho de revisão institucional até que os dados adequados sobre segurança e benefício do processo estejam disponíveis. O comitê ainda citou um risco potencial de transferência de organismos patogênicos da mulher para o recém-nascido.

Até o momento, a amamentação parece ser a melhor e mais segura maneira de expor bebês nascidos por cesariana às bactérias de sua mãe. Isso porque o leite materno contém muitas das mesmas bactérias benéficas encontradas na vagina da mulher, e os lactentes são menos propensos do que aqueles que consomem fórmula a desenvolverem infecções respiratórias e gastrointestinais, além de alergias, bem como doenças crônicas, tipo diabetes, obesidade e doença inflamatória intestinal.

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