Essa associação só está correta na medida em que o lugar das carnes no prato é ocupado por frutas, legumes, cereais e verduras carregados de fibras e antioxidantes. Esse é o segredo dos dados que apontam os benefícios à saúde de uma dieta vegetariana ou de uma dieta que se aproxime dela, de acordo com o nutricionista George Guimarães, diretor da Nutriveg, Consultoria em Nutrição Vegetariana, em São Paulo.
Longevidade: as estatísticas apontam que vegetarianos (lembre-se, incluindo os tais semivegetarianos sempre) vivem, em média, sete anos a mais do que consumidores fiéis de carnes. Mas não vamos ser simplistas, já que pode existir aí algo muito além da mesa de refeições. No recente trabalho da nutricionista Carolina Pimentel, o questionário com os participantes apontou que 95% não eram fumantes e todos, sem exceção, faziam atividade física regular. E é mais ou menos assim sempre, quando os cientistas observam pessoas vegetarianas de perto. Elas parecem ser mais ligadas em um estilo de vida equilibrado como um todo do que a média geral da população.
Coração protegido: o benefício mais conhecido pela ciência de uma dieta baseada em vegetais, ainda que não seja estritamente vegetariana, é diminuir a incidência de doenças cardíacas. As estatísticas mostram que os vegetarianos têm 17 vezes menos chance de sofrer um infarto. Parte da explicação está no menor consumo de gorduras saturadas de origem animal, na ingestão elevada de fibras que ajudam a expulsar o excesso de colesterol do organismo e, claro, no aporte dos famosos antioxidantes. O trabalho de Pimentel, no entanto, é um dos pioneiros ao apontar que, talvez, além disso tudo, a dieta vegetariana mexa com os genes e a tendência, marcada por eles, a ter problemas cardíacos. Afinal, ela mediu a concentração no sangue da substância que é sintetizada no cérebro por ordem de genes de quem apresenta essa propensão.
Menor incidência de outras doenças: há indícios de que uma dieta vegetariana diminua os riscos de doenças autoimunes, diabetes e câncer. No caso de tumores, aí sim, principalmente pela diminuição do consumo de carnes vermelhas, segundo a OMS.
Menor risco de obesidade: os estudos mostram que o IMC, ou índice de massa corporal, e a medida de circunferência da cintura são menores nos seguidores de dietas vegetarianas. Claro, desde que elas sejam realmente bem equilibradas. Aliás, a vantagem mais investigada pela ciência de uma alimentação que privilegia vegetais é diminuir o perigoso acúmulo de gordura na região do abdômen, considerado uma ameaça para o coração.