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Ultrassom para o cérebro é capaz de influenciar tomada de decisão

AntonioGuillem/IStock
Imagem: AntonioGuillem/IStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

18/04/2019 15h30

Resumo da notícia

  • Estudo descobriu a área do cérebro em que é realizado o raciocínio contrafactual, ou seja, aquele que consideração opções ainda não disponíveis
  • No estudo, feito em macacos, eles também descobriram que o uso de ultrassom nessa região consegue influenciar esse raciocínio
  • Isso impactou diretamente nas tomadas de decisão dos macacos e pode ser usado em humanos para ajudar na saúde mental

Cientistas da Universidade De Plymouth, no Reino Unido, descobriram que estimular o cérebro com ultrassom pode influenciar decisões. Durante o trabalho, eles descobriram que uma área do cérebro chamada córtex cingulado anterior controla um tipo raciocínio conhecido como contrafactual.

Não sabe o que é isso? Nada mais é do que a habilidade de pensarmos levando em conta situações ou eventos que não estão disponíveis agora, mas poderiam estar no futuro. Por exemplo: você está trabalhando dentro de um escritório em um dia ensolarado e pensa que poderia estar do lado de fora curtindo um sol.

Publicado no periódico Nature, o estudo é o primeiro a mostrar como o pensamento contrafactual pode influenciar nesta região do cérebro.

Como o estudo foi feito

  • Os cientistas atacaram o córtex de macacos utilizando ultrassom não invasivo e de baixa intensidade.
  • Os macacos eram expostos a uma série de opções e aprenderam rapidamente quais destas preferiam, mas quando se tratava de exercitar a escolha, ela nem sempre estava disponível.
  • Feito isso, a equipe investigou como os macacos mantiveram representações das escolhas contrafactuais.
  • Ao usar imagens de ressonância magnética dos cérebros dos animais, eles verificaram que a atividade no córtex refletia se as representações de valores internos seriam traduzidas em mudanças reais de comportamento.
  • Além disso, estimular o cérebro com ultrassom permitiu que interromper o pensamento confactual nos macacos.

Técnica é visada para tratamento de saúde mental

Elsa Fouragnan, uma das principais autoras do estudo, acredita que a pesquisa pode ajudar milhares de pacientes que sofrem com problemas de saúde mental, estimulando tecidos cerebrais com precisão milimétrica.

Segundo ela, algumas técnicas de estimulação cerebral já estão ajudando pessoas com doença de Parkinson e depressão, mas por não serem cirúrgicas, os métodos não têm o nível de precisão alcançado neste estudo, acrescenta. "Ainda são estágios iniciais, e o próximo passo é que novos testes sejam conduzidos em humanos, mas o potencial é muito excitante", concluiu.

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