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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Limpe bem o pênis: má higiene é causa de câncer e órgão pode ser amputado

Fique de olho! Em casos mais graves de câncer de pênis pode ser necessário até amputar o órgão - iStock
Fique de olho! Em casos mais graves de câncer de pênis pode ser necessário até amputar o órgão Imagem: iStock

Leonardo Costas

Colaboração para o UOL VivaBem

22/03/2019 04h00

Prevenir é o melhor remédio. A recomendação é batida, mas nem sempre seguida, especialmente por pessoas do sexo masculino. Segundo o Centro de Referência da Saúde do Homem de São Paulo, 60% dos homens só procuram um médico quando têm uma doença em estágio avançado --um reflexo da baixa preocupação em fazer exames preventivos.

E se a recomendação para se cuidar é deixada de lado até para evitar problemas comuns, como diabetes ou AVC (acidentes vascular cerebral), imagine quando se trata de doenças menos conhecidas: o câncer de pênis, por exemplo --que em casos graves pode até exigir a amputação do órgão sexual! Mas se a questão é proteger o "passarinho", acredito que você não vai poupar cuidados, certo? Então, entenda melhor a doença.

Quais as causas?

A doença não figura os tipos de câncer mais comuns entre os homens. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), ocorrem cerca de seis mil novos casos de câncer de pênis por ano no Brasil. E em casos mais graves é possível até perder

O HPV (papilomavírus humano) é o principal responsável pelo problema. "O vírus tem 150 variações que podem provocar lesões benignas ou malignas, e os tipos 16 e 18 são os com maior associação ao câncer de pênis", diz Newton Sérgio de Carvalho, médico e professor de ginecologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Outros fatores relacionados com a doença são a má higiene íntima, o tabagismo e o estreitamento do prepúcio --que tende a ocorrer em homens que não se submeteram à circuncisão, remoção da pele que reveste a glande (cabeça do pênis).

Quais são os sintomas?

O sinal mais comum do câncer de pênis é uma ferida persistente na glande, no prepúcio ou no corpo do órgão. A lesão pode vir acompanhada de uma secreção branca. Já a presença de linfonodos inguinais (ínguas na virilha), pode significar a progressão do problema e indicar que o câncer já se espalhou.

Como prevenir

Como muitas vezes o câncer é causado pelo HPV, a principal dica é se vacinar. Segundo o Ministério da Saúde, a imunização trata-se da forma mais eficaz forma de se proteger contra o vírus. Ela é distribuída gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para meninos de 11 a 14 anos, meninas de 9 a 14 anos, portadores de HIV e pessoas com idade entre 9 a 26 anos que receberam transplante. Adultos que estão fora dessas faixas podem se vacinar na rede privada, caso o urologista recomende.

O uso de preservativo nas relações sexuais e uma boa higienização do pênis também são essenciais. A dica é caprichar na hora do banho, passando bastante água e sabão --se você tiver o prepúcio, não se esquece de puxá-lo e lavar bem toda a parte que fica "escondida" e a glande.

"Em algumas situações, a circuncisão é indicada para evitar problemas. Não fumar também ajuda, já que o tabagismo aumenta o risco de câncer de pênis, assim como de outras inúmeras doenças", alerta Raphael Brandão, chefe do núcleo de oncologia dos hospitais Samaritano e Paulistano.

Como é o tratamento?

Confirmado o diagnóstico, o tratamento indicado varia de acordo com a extensão do tumor e do grau de acometimento de linfonodos inguinais. "A escolha do procedimento adequado sempre deve ter em vista a preservação do órgão, mantendo a função sexual e a qualidade de vida do paciente. Sendo assim, a cirurgia é opção mais frequente e seu objetivo é ressecar toda a lesão e manter um comprimento do pênis que o torne funcional", afirma Cristovão Machado Barbosa Neto, urologista do Grupo São Cristóvão Saúde.

A radioterapia pode ser realizada em homens que não podem fazer a cirurgia devido a outros problemas de saúde. Já a quimioterapia (isolada ou associada à radioterapia) é usada em tumores de pênis avançados para fazer um controle local da doença ou para diminuir o tamanho do tumor de modo que possa ser removido mais facilmente com a cirurgia.

Vale ressaltar ainda que em casos extremos, pode ser necessária a amputação do membro. Nesta situação, todo o pênis é retirado e cria-se um novo orifício para a saída da urina, que se chama uretrostomia perineal. A vontade de ir ao banheiro ainda pode ser controlada, mas o homem só vai fazer xixi sentado.

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