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Vacinar ou não bebês contra gripe? Como pais se informam reflete na decisão

Os médicos ressalvam a importância de divulgar os benefícios da vacina contra gripe e garantir proteção para as crianças - iStock
Os médicos ressalvam a importância de divulgar os benefícios da vacina contra gripe e garantir proteção para as crianças Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

27/11/2018 14h46

Para tentar entender o comportamento de pais quanto à vacinação contra gripe dos filhos, pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, conversaram com 1.977 famílias com crianças com idade entre 1 e 18 anos. A ideia era descobrir de onde os responsáveis tiram informações para vacinar ou não as crianças.

A conclusão da pesquisa mostrou que os pequenos cujos pais baseiam a decisão sobre a vacina contra a gripe no que leem ou ouvem por aí são menos propensos a receber a medicação. Por outro lado, aqueles pais que se informam com médicos e enfermeiros tendem a vacinar mais seus bebês.

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O estudo sugere que pais que recusam vacinar os filhos contra a gripe estão expostos a uma gama limitada de informação. Além disso, com as fontes que esses pais mais usam, como redes sociais, outros parentes e amigos íntimos, as informações imprecisas causam mais insegurança e reforçam a decisão de não vacinar.

Os dados mostraram que quatro em cada dez famílias baseiam suas decisões sobre vacina no que leem e ouvem, e que um terço dos pais entrevistados não planejava vacinar os filhos.

No Brasil, a campanha nacional de vacinação oferece doses gratuitas para os pequenos entre 6 meses e 5 anos de idade. A medida é importante uma vez que crianças têm maior probabilidade de sofrer com pneumonias e outras complicações.

Em 2018, o Ministério da Saúde divulgou que, mesmo após várias prorrogações, a campanha contra a gripe não atingiu a meta de imunizar 90% do público-alvo. Gestantes e crianças tiveram os menores índices de cobertura vacinal, com 73,2% e 73,4%, respectivamente.

A pesquisa americana mostrou ainda que pais que não vacinam os filhos contra a gripe relataram sete vezes mais fontes que os fizeram questionar ou não querer vacinar. O volume de informações negativas pode tornar menos provável que as famílias mudem de ideia.

?Parece existir uma bolha em torno das famílias quando o assunto é vacina contra a gripe. Os pais que não querem dar a vacina contra a gripe para seus filhos relatam ouvir ou ler opiniões que questionam ou se opõem à medicação. Mas ao mesmo tempo, pais que decidiram que os filhos devem receber a vacina afirmam ter opiniões necessárias para vacinar?, afirmaram os autores da análise.

Para explicar o que acontece, os pesquisadores sugerem que parte das famílias procura pessoas específicas como fontes de informação por já saber que tais indivíduos apoiam sua posição geral sobre vacinas, de modo que o que ouvem e leem esteja amplamente alinhado com suas opiniões previamente estabelecidas.

Outros pais podem encontrar um leque mais amplo de informações e opiniões, mas lembram-se seletivamente apenas daqueles que apoiam sua decisão sobre se seu filho irá receber a vacina contra a gripe.

"É importante reconhecer que, para alguns pais, os médicos ou profissionais da saúde não são a única ou principal influência na decisão sobre a vacina contra a gripe. Para essas famílias, precisamos explorar outros mecanismos que consigam transmitir informações precisas e permitir que os pais ouçam um ponto de vista mais equilibrado," concluiu a tese.

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