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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Ela encarou o machismo para correr a maratona; e dá dicas para você treinar

Kathrine Switzer foi a primeira mulher a completar oficialmente uma maratona, em uma época em que só homens podiam correr a distância - Divulgação
Kathrine Switzer foi a primeira mulher a completar oficialmente uma maratona, em uma época em que só homens podiam correr a distância Imagem: Divulgação

Daniela Bernardi

Colaboração para o VivaBem

17/08/2018 07h04

Até 1972, as mulheres eram proibidas de correr oficialmente uma maratona (corrida com 42,195 km), pois os homens achavam que a distância era perigosa para uma atleta. Uma das primeiras pessoas a provar que eles estavam errados e abrir portas para as mulheres participarem da corrida foi a americana Kathrine Switzer. Em 1967, ela desafiou seu treinador da faculdade e se inscreveu com o nome abreviado na Maratona de Boston (EUA) --assim, os organizadores não perceberam se tratar de uma mulher. 

Já nos primeiros quilômetros, um dos diretores da corrida notou a presença da mulher com número de peito (oficialmente inscrita na prova) e tentou tirá-la do asfalto, literalmente. “Ele me agarrava e gritava: saia da minha corrida agora mesmo!”, relembra Kathrine, que esteve no Brasil para participar de um evento de uma marca esportiva.

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Protegida pelo seu namorado, a jovem de apenas 20 anos conseguiu escapar e terminou os 42 km em 4 horas e 20 minutos, tornando se a primeira mulher da história a completar "oficialmente" uma maratona.“Apesar do grande feito, as pessoas faziam piadas e diziam que meu tempo era em ritmo de caminhada”, conta. “Então, decidi treinar forte e, oito anos depois [quando a categoria feminina já havia sido criada], completei o mesmo percurso em 2 horas e 51 minutos.”

Ao encarar o machismo e provar que as mulheres eram capazes de completar os 42 km, a americana iniciou um movimento que culminou, cinco anos mais tarde, com a criação da categoria feminina nas maratonas. Hoje, com 71 anos, Kathrine continua correndo maratonas --inclusive, completou a de Boston novamente em 2017. Aqui, ela dá dicas para você começar no esporte ou não desistir dele. 

1. Reserve um tempo para você

Filhos, trabalho e outras obrigações da rotina fazem com que pareça impossível separar umas horinhas para correr, certo? “Mas foque na ideia de que você merece esse tempo para se cuidar. O esporte vai fazer com que você se sinta melhor e tenha mais saúde, o que acaba refletindo na sua vida pessoal e profissional. Todo mundo sai ganhando!”, diz Kathrine, que acredita que com 20 a 30 minutos por dia já é possível colher benefícios. “Daí, no fim de semana, você corre um pouco mais e aproveita o momento para se concentrar em si, diminuir o estresse e ficar mais saudável, inclusive emagrecer.”

2. Convide os amigos

Se for difícil calçar os tênis e sair correndo sozinha por aí, chame alguém para ir com você. “Apesar de a corrida ser um esporte individual, a prática fica ainda mais divertida se realizada coletivamente.” Agora, caso seus amigos prefiram uma sessão de Netflix, busque novos! “Em muitas cidades [do Brasil], é possível encontrar grupos de corrida. Não tenha vergonha de aderir a eles. Lembre-se: você não precisa pedir autorização para correr, porque todos nós somos capazes, mesmo que poucos quilômetros.”

3. Encare novos desafios

Não importa se seu objetivo é completar os primeiros 5 km ou terminar uma maratona. Arrisque-se! “O pior inimigo de um corredor é ele mesmo. A gente tende a desconfiar da nossa capacidade”, alerta a americana. “Aos 12 anos, disseram que eu era muito magra para entrar na equipe de hóquei da escola. Então, comecei a correr uma milha todos os dias até me tornar uma atleta megarrápida”, relembra Kathrine. “Foi assim que aprendi que poderia encarar qualquer desafio na vida. Ganhei a habilidade de correr risco e de criar oportunidades em cenários onde tudo parecia impossível.” Para isso, a dica é simples: acredite e treine para alcançar sua meta.

4. Pense em sua saúde

Está difícil ter força de vontade para correr? Então foque nos benefícios que Kathrine conta: um estudo da Universidade Stanford (EUA) apontou que quem pratica o esporte quatro horas por semana ganha, em média, três anos de vida e reduz o risco de morte prematura em até 40%. “Outras pesquisas já comprovaram que a capacidade cognitiva dos corredores é melhor do que da maioria das pessoas”, diz a americana, que garante ter recebido diversos elogios de seu médico sobre a qualidade de seus ossos. “O esporte me proporciona independência total aos 71 anos. Você consegue viver bem por mais tempo. E sem contar a parte da socialização que é incrível.”

5. Respeite seu corpo

A corrida é um esporte de movimentos repetitivos. Por isso, causa muitas lesões em atletas amadores que não fortalecem a musculatura ou exageram na quilometragem. “Eu me machuquei apenas três vezes em toda minha vida porque sempre parei de treinar quando sentia alguma dor”, diz Kathrine, que hoje está com uma lesão no quadril. “Para não ficar ansiosa, costumo ocupar o tempo com alguma atividade útil, como ler um livro ou escrever um artigo. Só não vale ficar deitada no sofá assistindo à TV.” 

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