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Nova combinação de exames detecta 90% mais casos de câncer de mama

Combinação de exames pode detectar 90% mais cânceres de mama do que a mamografia sozinha - iStock
Combinação de exames pode detectar 90% mais cânceres de mama do que a mamografia sozinha Imagem: iStock

Maria Júlia Marques

Do VivaBem, em São Paulo

05/06/2018 14h00

Uma combinação dos exames de mamografia digital e tomossíntese pode detectar 90% mais cânceres de mama do que a mamografia sozinha é capaz, de acordo com um novo estudo publicado pela revista científica Radiology.

Para entender melhor a descoberta, é importante dizer que a tomossíntese é um exame que faz imagens 3D sequenciais de cada seio. Essas várias imagens, bem finas e em diferentes ângulos, são analisadas pelo médico radiologista em computadores de alta resolução. O posicionamento e a compressão são os mesmos da mamografia digital, sendo possível, inclusive, realizar os dois exames na mesma compressão.

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Aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA, órgão americano que faz o controle de remédios e técnicas médicas) desde 2011, a tomossíntese é uma das recomendações atuais do National Comprehensive Cancer Network (Rede Nacional de Câncer dos EUA) para o rastreamento do câncer de mama, por permitir o diagnóstico precoce com menor exposição à radiação.

Para comprovar a eficácia do combo de exames, os pesquisadores comparam resultados de dois grupos. No primeiro, 9.777 mulheres fizeram tanto a mamografia quanto a tomossíntese, enquanto no segundo, 9.783 pacientes passaram apenas pela mamografia.

Utilizando a combinação dos exames para o diagnóstico, os resultados acusaram 8,6 cânceres por mil casos, sendo que só a tomossíntese identificou 72 de 80 cânceres encontrados. Quando realizada apenas a mamografia, foram encontrados 4,5 cânceres por mil casos.

“A vantagem da união dos exames é que temos mais informações, conseguimos analisar com mais detalhes. A mamografia digital nos dá imagens 2D e a tomossíntese nos mostra um vídeo em 3D”, diz Marcela Balaro, médica coordenadora de Imagem Mamária do Richet Medicina & Diagnóstico e especializada em radiologia no Inca (Instituto Nacional do Câncer).

As respostas parecem deixar claro que a maior sensibilidade do exame tomossíntese o torna uma escolha lógica para os programas de rastreamento do câncer de mama, mas é preciso ter cautela. Segundo Paolo Giorgi Rossi, coautor da pesquisa, mais estudos são necessários para avaliar seus benefícios e ver suas consequências no prognóstico e na redução de mortalidade relacionada ao câncer de mama.

O caso aqui é que a união faz a força. “Não podemos abrir mão da mamografia e confiar completamente na tomossíntese. Os estudos mostram que a tomossíntase é promissora, uma aposta para melhores diagnósticos, mas ainda não é comprovado por estudos científicos que o exame sozinho é completamente confiável. Diferente da mamografia, que já consolidamos seu sucesso,” explica Balaro.

Além disso, a médica afirma que para a tecnologia se espalhar pelo Brasil pode demorar um pouco. “O procedimento já está disponível no nosso país em rede privada, não para todos. Não há como saber quando será implementado pelo SUS. Mas com certeza é uma evolução, temos que acompanhar as novidades e nos adaptar”, completa Balaro. 

A prevenção do câncer de mama é fundamental, já que detectar o tumor logo no início proporciona um aumento de até 95% nas chances de cura. O que poderia ajudar muitas pacientes, uma vez que o câncer de mama é um dos mais comuns entre mulheres e será responsável por mais de 59 mil casos no Brasil esse ano, de acordo com o Inca.

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