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Jessica Biel se opõe à lei de vacinas da Califórnia; entenda o caso

Jessica Biel foi relacionada à campanhas anti-vacinação nos Estados Unidos - Getty Images
Jessica Biel foi relacionada à campanhas anti-vacinação nos Estados Unidos Imagem: Getty Images

Priscila Carvalho

Do UOL VivaBem, em São Paulo

13/06/2019 20h20

Resumo da notícia

  • A atriz Jessica Biel se envolveu numa polêmica depois de alguns seguidores acharem que ela estava defendendo o movimento anti-vacina nos EUA
  • A repercussão foi em cima do projeto de lei SB276, que pretende tornar mais difícil permitir que crianças adquiram isenções médicas para vacinação
  • Em sua postagem, ela disse as famílias que têm o direito de tomar decisões médicas conscientes para seus filhos junto com seus médicos.
  • Na Califórnia é possível que médicos atestem a isenção da vacina nas crianças, devido a contraindicações específicas
  • O novo projeto de lei prevê que alguns médicos licenciados pelo governo a justificativa para a contraindicação

A atriz Jessica Biel se envolveu em uma polêmica depois de Robert F. Kennedy Jr postar em seu Instagram uma foto com ela em visita ao senado do estado da Califórnia (Estados Unidos). Kennedy é uma figura relacionada ao movimento anti-vacina norte-americana, o que deu a entender que ela o apoiava. A artista então fez um post explicando que não é contra a vacinação, mas queria expor seus pontos sobre o projeto de lei SB276, que pretende tornar mais difícil permitir que crianças adquiram isenções médicas para imunização.

"Esta semana fui a Sacramento para conversar com legisladores na Califórnia sobre um projeto de lei proposto. Eu não sou contra as vacinas --eu apoio as crianças que recebem vacinas e também apoio as famílias que têm o direito de tomar decisões médicas conscientes para seus filhos junto com seus médicos. Minha preocupação com o #SB276 é exclusivamente sobre isenções médicas", diz o post dela.

A Califórnia exige que toda criança que frequenta uma escola pública ou privada seja imunizada contra várias doenças, incluindo o sarampo, que está em surto no país, justamente devido a baixa adesão da vacinação.

No entanto, é possível que médicos atestem a isenção da vacina nas crianças, devido a contraindicações específicas. Depois do aumento no número de casos de sarampo no país, o novo projeto de lei prevê que alguns médicos licenciados pelo governo poderiam negar o atestado médico, caso achassem que a justificativa para a contraindicação não fosse válida.

Por que isso é uma questão nos Estados Unidos?

O pediatra Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) explica que o projeto de lei vai abrir caminho para aumentar a imunização e vacinação das crianças. Diferentemente do Brasil, os EUA possuem preceitos fortes que envolvem a liberdade individual e muitos cidadãos americanos usam esse argumento para não vacinarem seus filhos.

Mas segundo o especialista, quando há uma vacinação de quase até 95% da população o risco de ser contaminado fica praticamente nulo. Esse fenômeno é conhecido como "efeito rebanho" ou "imunidade de grupo". Cunha ressalta que nos Estados Unidos, e muitas vezes aqui no Brasil, as campanhas de vacinação não atingem esse percentual de pessoas vacinas, o que aumenta o risco de doenças voltarem.

Se somente 70 ou 80% da população é vacinada, abre portas para outras pessoas serem contaminas. É um egoísmo dos pais colocar a vida do próprio filho e de outras crianças que não podem, mas gostariam de se vacinar por questões filosóficas Juarez Cunha, presidente da SBIm

Por isso imunizar crianças que não estejam doenças garante o bem-estar também dos demais que não podem se vacinar.

Quando a contraindicação é permitida?

A vacina é indicada sempre para combater doenças e é considerada um dos meios mais seguros de combatê-las. As restrições às vacinas contra sarampo se aplicam somente a pessoas que tenham alteração na imunidade, gravidez ou reação alérgica grave a algum componente da vacina (anafilaxia).

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