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Roxo, verde, amarelo: por que o hematoma muda de cor?

Até a cura total do hematoma, o sangue represado sob a pele sofre reações que explicam a mudança na coloração  - iStock
Até a cura total do hematoma, o sangue represado sob a pele sofre reações que explicam a mudança na coloração Imagem: iStock

Daniel Navas

Colaboração para o UOL VivaBem

24/05/2019 04h00

Resumo da notícia

  • O hematoma se dá pelo extravasamento do sangue após rompimento de vasos por causa de uma contusão ou trauma localizado
  • A mudança na coloração da mancha faz parte do processo natural de cura da lesão sofrida
  • O sinal vai clareando naturalmente até desaparecer, em aproximadamente duas semanas

Basta um esbarrão na quina de um móvel ou pancada durante o esporte do fim de semana e pronto: aparece aquela mancha vermelha na pele, que incha, dói e vai mudando de cor com o passar dos dias -- o hematoma.

O hematoma é uma manifestação hemorrágica, ou seja, se dá pelo extravasamento do sangue após o rompimento de um vaso por conta de uma batida ou contusão. O sangue liberado se espalha pela região atingida e, acumulado sob a pele, faz surgir a mancha.

Com o passar do tempo, a cor do hematoma vai mudando, e isso se dá por conta da evolução natural do processo de cura da lesão.

Primeira fase: vermelho

Nos primeiros momentos após a lesão, o sangue que acabou de escapar está rico em oxigênio, por isso mantém a tonalidade vermelho clara que faz com que o hematoma ganhe cor rosa ou avermelhada.

Segunda fase: azul ou roxo

O sangue, empoçado sob a pele, deixa de fazer parte do sistema circulatório do organismo. Com isso, ocorrem alterações bioquímicas na hemoglobina, molécula presente no interior dos glóbulos vermelhos e que tem por função transportar o oxigênio às células. Em algumas horas o sangue depositado perde oxigênio e o hematoma começa a ficar de azulado a roxo.

Fase final: verde e amarelado

Por volta do quinto dia após a contusão, os glóbulos brancos agem para tentar remover o sangue acumulado na região do hematoma. Esse processo envolve reações químicas que quebram a hemoglobina em várias moléculas. A começar pela biliverdina, que tem tonalidade verde e acaba deixando dessa cor o local machucado. Depois, vem a bilirrubina, cuja coloração é amarelada.

Como a hemoglobina é rica em ferro, pode ser que permaneçam traços desse mineral na área do hematoma depois da eliminação das moléculas verdes e amarelas. E já que ele tem cor próxima ao marrom, é normal a mancha ficar nesse tom.

Após duas semanas, no máximo, a pele deve voltar à cor normal, o que indica que o hematoma foi totalmente curado.

Dá para evitar o hematoma?

Uma saída é aplicar compressa gelada no local imediatamente após o trauma, a fim de minimizar a inflamação. Em seguida, pode-se passar pomada anti-inflamatória, como à base de camomila e mucopolissacarídeos, embora não haja comprovação de que acelere o processo de cura e desaparecimento da marca. Muitas vezes, são usadas simplesmente para aliviar a dor por causa da lesão.

Sinal de alerta

Vale saber que a maioria dos hematomas se deve mesmo a traumas localizados, ou seja, não é grave, não indica doença e desaparece espontaneamente.

Porém, pessoas que têm problemas de coagulação ou diminuição na contagem de plaquetas do sangue (o que pode ocorrer por alguma doença na medula óssea, infecciosa ou dengue, entre outras enfermidades) podem apresentar hematomas mediante traumas mínimos. Nesses casos, apoiar uma parte do corpo em um móvel ou objeto, mesmo sem força ou impacto, basta para levar ao aparecimento de um hematoma.

Diante de manchas que surgem aleatoriamente, portanto, o ideal é consultar um médico que investigue o problema.

Fontes: Alessandra Aparecida Paz, chefe do Serviço de Hematologia Clínica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Erich de Paula, professor assistente de hematologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e coordenador do comitê técnico de hemostasia da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SP); Fernanda Santos, hematologista do Hospital 9 de Julho (SP); Guilherme Perini, hematologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Murilo Drummond, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e diretor médico da Clínica DrummonDermato (RJ).

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