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Tem barriga de chope? Veja táticas para reduzir a perigosa gordura visceral

A gordura estocada na região abdominal aumenta o risco de doenças como infarto, AVC e diabetes - iStock
A gordura estocada na região abdominal aumenta o risco de doenças como infarto, AVC e diabetes Imagem: iStock

Marjorie Zoppei

Colaboração para o UOL VivaBem

12/05/2019 04h00

Resumo da notícia

  • O excesso de gordura visceral pode afetar tanto pessoas obesas quanto as que estão no peso ideal
  • O tecido adiposo acumulado na região abdominal prejudica a função de órgãos importantes como fígado, pâncreas e intestino
  • AVC, infarto, diabetes e pressão alta são alguns dos problemas de saúde gerados pela gordura visceral
  • Mudar hábitos alimentares e praticar exercícios são estratégias para eliminar a barriga de chope

"Barriguinha de chope", "pochete", "pneuzinho". A gordura localizada na região abdominal costuma receber apelidos simpáticos e até ser tratada "carinhosamente" por algumas pessoas. Porém, ela não é tão inofensiva quanto parece para ser tão "querida" assim.

Essa protuberância é sinal de gordura visceral, tecido adiposo que se acumula entre órgãos importantes, como fígado, pâncreas e intestino, prejudicando seu funcionamento. Ela pode causar problemas de saúde tanto em pessoas que estão dentro do peso normal quanto em obesos.

"As células de gorduras não são inertes. Elas geram inflamação no organismo, interferem na regulação de hormônios, na absorção de nutrientes, no nível de colesterol e até na fertilidade. O acúmulo de tecido adiposo na região da barriga, por exemplo, está ligado diretamente ao aumento no risco de doenças cardiovasculares (como infarto e AVC), hipertensão, síndrome metabólica, esteatose hepática (gordura no fígado) e diabetes tipo 2", explica Mauricio Soares Filho, médico da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), em São Paulo.

Como saber se você corre risco? Pegue uma fita métrica e passe ao redor da barriga, na altura do umbigo: homens com circunferência abdominal maior que 101,5 cm e mulheres com medida acima de 89 centímetros têm excesso de gordura abdominal, mesmo que o peso corporal seja considerável saudável, segundo o Journal Of The American Association. Entretanto, esse é um resultado subjetivo e é preciso fazer uma bioimpedância ou ressonância magnética para ter noção certeira da quantidade de massa gorda do corpo.

A seguir, mostramos algumas táticas para você eliminar a gordura visceral e ter mais saúde.

1. Trace metas curtas de emagrecimento

É claro que o acúmulo de gordura visceral (e em qualquer outra parte do corpo) é resultado de maus hábitos, como sedentarismo, alimentação exagera e inadequado e o consumo de bebidas alcoólicas. Para perder peso e eliminar a gordura visceral, evite fazer dietas muito restritivas e que levam a uma perda de peso rápido. Mas esses regimes são difíceis de manter por longo tempo e ao parar você engorda tudo novamente.

Para ter saúde, o ideal é mudar seu estilo de vida —comer mais alimentos naturais (carne, frango, peixe, ovos, verduras e legumes) e reduzir o consumo de produtos industrializados e fast-food — e traçar metas curtas de emagrecimento. Segundo revisão de estudos feita por cientistas do Hospital Universitário de Tübingen (Alemanha), reduzir apenas 5% do peso corporal você já diminui em 30% o volume da gordura no fígado (um dos órgãos que mais afetados com a banha visceral). Ou seja, uma pessoa com 90 kg precisaria emagrecer 4,5 kg para já perceber uma melhora na saúde.

2. Pratique HIIT (High Intensity Interval Training)

Cientistas da Universidade Laval (Canadá) concluíram que pessoas que praticaram o treino intervalado de alta intensidade por 15 semanas perderam mais gordura corporal —e, consequentemente, a gordura visceral — do que o grupo que praticou um programa de exercícios de resistência (musculação) por 20 semanas. Além disso, uma revisão de estudos realizada por pesquisadores da UFG (Universidade Federal de Goiás) mostra que o HIIT "queima" 93% mais gordura por minuto do que um treino moderado e contínuo.

3. Inclua cereais integrais na dieta

Nutricionistas da Universidade de Tufts (EUA) analisaram a dieta de 2.800 pessoas. Eles descobriram que os indivíduos que consumiam três ou mais porções de cereais integrais diariamente, como arroz e trigo, tinham 10% menos gordura visceral do que aqueles que comiam apenas grãos refinados. Pode parecer uma diferença pequena, mas os benefícios são enormes.

4. Coma mais abacate

Embora seja uma fruta calórica, o alimento pode e deve fazer parte de uma alimentação saudável, inclusive de quem quer perder peso. O abacate é rico em gorduras boas que ajudam a diminuir a inflamação no organismo, fitoesterois e mais de 500 compostos fenólicos, substâncias químicas com ação antioxidante capazes de reduzir o colesterol e a gordura visceral.

5. Faça tratamento com laser

Uma análise feita por pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, da USP (Universidade de São Paulo), detectou a redução no nível de esteatose hepática não alcoólica em um grupo de voluntários que fez uso de laser infravermelho no abdômen, nas coxas, no quadril e nos glúteos —associado à prática de exercícios físicos e à reeducação alimentar. O resultado foi 90% maior do que naqueles que não receberam a terapia de luz. Algumas clínicas estéticas oferecem esse tipo de tratamento com laser.

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