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Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Mesmo malhando, ela tinha 29% de gordura: "Mudei dieta e ganhei saúde"

Após mudar hábitos e priorizar saúde, Giovanna transformou seu corpo e agora exibe boa forma - Arquivo pessoal
Após mudar hábitos e priorizar saúde, Giovanna transformou seu corpo e agora exibe boa forma Imagem: Arquivo pessoal

Maria Júlia Marques

Do UOL VivaBem, em São Paulo

09/05/2019 04h00

Durante muito tempo, Giovanna Tartuce, 25, oscilou entre ser viciada na academia e ter uma alimentação "aceitável" e viver completamente sedentária e quatro dias da semana comendo macarrão. Como isso não afetava seu peso, ela não se importou até descobrir que estava com muita gordura corporal e corria risco de saúde. A seguir, ela conta como perdeu 7 kg e transformou o corpo em dois meses:

"Sempre achei meu corpo aceitável, sabe? Nunca incrivelmente definida, nem preocupantemente acima do peso. Antes da minha transformação estava feliz e não pensava muito sobre isso, mas quando notei que a saúde estava em risco por não dar atenção ao percentual de gordura corporal, minha vida mudou.

Tudo começou quando era criança, é claro. Eu comia bem em casa, mas não evitava bolachas, doces e tranqueiras que todo pequeno gosta. Por me alimentar assim, eu tinha bochechas enormes. Mas lembro que logo cedo, quando estava com uns 13 anos, minha tia me convidou para ir à academia com ela e me apaixonei. Nessa época, ia para a escola só pela manhã, então, lotei meus horários com treino: musculação, bike, abdominal etc. Passava duas ou três horas malhando.

Suar virou hábito e adorava, mas não me preocupava com alimentação. Continuava comendo mal e colocava salada no prato só para me enganar: duas folhas de alface já faziam eu me sentir saudável. Mesmo assim, com tanto treino cheguei a pesar 42 kg.

Essa vida de rata de academia que come porcaria seguiu até meus 17 anos, quando pesava 48 kg e já tinha meus 1,55 m. Estava tudo sob controle, até o momento em que passei em uma faculdade em São Paulo (SP) e saí de Maceió (AL). Foi aí que a coisa desandou.

Giovanna 2 - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Com a mudança, esqueci a academia. Estava cheia de coisa para estudar, tinha medo de dirigir, o frio me desanimava, o treino ficou de escanteio. E sabe como é: quanto mais tempo parado, mas difícil querer se mexer.

Assim, passaram três anos, período em que morei com meus tios e comi macarrão sem parar. A gente comia massa três vezes na semana (no jantar) e se sobrasse comia a quarta. Não recusava sobremesa e todos os dias tinha pão. Para piorar, comecei a beber e o álcool me deixava inchada que era uma beleza.

Não me pesei esse tempo todo! Por incrível que pareça não engordei demais, mas perdi o corpo que tinha, a definição e a disposição. Foi assim até meu último ano de faculdade, quando uma amiga começou a fazer aulas de bicicleta e me chamou. Resolvi testar. Era uma sala escura, com música alta, professores animados, lembrei como eu gostava daquele ambiente e não acreditei que fiquei tanto tempo longe.

No dia seguinte, não consegui nem me mexer de tanta dor muscular. Mas me animei e comecei a ir todos os dias --literalmente, incluindo sábado de domingo, e às vezes treinava duas vezes no mesmo dia.

Fazendo muay thai e musculação de segunda a sexta-feira, somando com treinos no parque aos fins de semana e dieta com nutrólogo, o resultado foi rápido - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Foi demais ver o fôlego e a energia voltando. Em 2015 e 2016, eu continuei me esbaldando na comida e no treino. Estava feliz por ter voltado a me mexer, mas meu corpo continuava do mesmo jeito: nem magro, nem gordo, nem definido, nem molenga.

Entrei em 2017 com a meta de me alimentar melhor. Passei a consumir porções menores e melhores, além de aderir à dieta vegetariana. Após um ano, não vi melhoras. Resolvi ter a audácia de subir na balança e, para minha surpresa, estava com 59,9 kg. Nunca tinha pesado tanto, fiquei assustada, tentei acreditar que era o peso dos músculos, mas sabia que não. Fiquei frustrada, estava treinando tanto, como podia ser?

Em dezembro, nos primeiros dias de dieta - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Em dezembro, nos primeiros dias de dieta
Imagem: Arquivo Pessoal

Peguei a frustração e transformei em força. Recomendaram que eu fizesse uma avaliação física para achar um treino adequado e o resultado foi minha segunda surpresa: 29% de porcentagem de gordura. Era o penúltimo índice, estava ruim e só perdia para o péssimo. Minha negação foi tamanha que achei que a balança da academia estava quebrada, pense na loucura. Eu tinha 59 kg, como podia estar tão gorda?

Sabia que estava "cheinha", mas em nenhum momento pensei que podia interferir na saúde. Foi um baque. Notei que tinha que me colocar em primeiro lugar, pensar em mim, em saúde, em querer viver bem e mais. Virei uma chave: não era sobre estética, era sobre me cuidar.

Fui em um nutrólogo e ele me passou alguns exames e uma dieta: tirei pão, massa e álcool do cardápio. Meu café da manhã tinha ovo mexido e mamão com quinoa; no almoço, saiu o arroz e entrou a quinoa, além de grão-de-bico, folhas, legumes e omelete; o lanche era iogurte proteico com banana e a janta, salada. Às vezes, tomava um suco de laranja, mas minha principal bebida era água.

No fim de dezembro de 2018, com um mês completo fazendo dieta e treinando - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
No fim de dezembro de 2018, com um mês completo fazendo dieta e treinando
Imagem: Arquivo pessoal

Foi bem drástico, nas duas primeiras semanas fiquei fraca, não tinha força para treinar, sofri, mas segui regrada e treinando. Cerca de 20 dias depois, com exames em mãos, voltei ao médico e descobri que minha gordura visceral estava alta e tinha que ficar alerta com o hipotiroidismo.

Ele fez mais alguns ajustes na dieta e, em pouco tempo, meu corpo mudou. Nem sempre era fácil, mas tinha táticas para me manter firme e forte na missão. A primeira era não me culpar se derrapasse, não queria me privar de tudo: meus amigos iam na hamburgueria e eu fazia uma escolha, evitava o hambúrguer vegetariano, mas tomava milk shake. No dia seguinte voltava para a programação usual.

Também me ajudou muito aprender a cozinhar. Com a dieta tive que me aventurar na cozinha. Sem saber nada, estudei sobre melhores temperos, comidas, molhos e acabei tendo uma relação diferente com a comida. Morria de orgulho de conseguir executar os pratos, comia com gosto.

Como tinha muita vontade de comer doce, comprava um monte de fruta e espalhava pela casa. Sempre que batia a fissura eu atacava um morango, kiwi, algo docinho que me mantinha longe do chocolate.

Depois de anos sem definição e quilos a menos, em março de 2019 Giovanna se orgulhou de ter conquistado um corpo que gosta e que é saudável - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Depois de anos sem definição e quilos a menos, em março de 2019 Giovanna se orgulhou de ter conquistado um corpo que gosta e que é saudável
Imagem: Arquivo Pessoal

Dois meses depois de mudar todo o meu estilo de vida, fiz uma nova avaliação física. O resultado, para minha alegria: 24% de gordura, e 52 kg. Foi uma vitória, eu me senti incrível e capaz de cuidar de mim. Segui treinando: fazia uma hora de musculação e uma hora de muay thai pela manhã. Às vezes, de noite eu corria ou treinava na escada. Nos fins de semana, corria no parque e achava aulas ou circuitos diferentes para testar.

Estou me sentindo incrível, feliz, confiante, abraçada. Mexeu tanto comigo, física e emocionalmente. Eu sempre postava foto no Instagram, por exemplo, e me achava "ok", colocava filtro. Hoje eu estou tirando e postando, é um storie atrás do outro, estou me adorando.

Menos de um mês depois dessa conquista me mudei para a França, e junto com a mudança veio aquela lembrança de quando fui para São Paulo e desandei. Mas, dessa vez, não deixei a peteca cair. Sigo firme na dieta, cozinho e vou no supermercado, na academia, mesmo com 5° C.

Claro que como um croissant às vezes, mas está tudo bem, aprendi a administrar a alimentação e treino e agora ninguém me segura.

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