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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Sepse, doença que matou Beth Carvalho, é fatal em mais de 55% dos casos

Beth Carvalho morreu na terça-feira (30) - Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo
Beth Carvalho morreu na terça-feira (30) Imagem: Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo

Do UOL VivaBem, em São Paulo

01/05/2019 09h02

Resumo da notícia

  • A sepse é uma resposta frente a uma infecção, que pode ser desencadeada por bactérias, fungos ou vírus que caíram na corrente sanguínea
  • 55,7% dos pacientes internados com sepse vão a óbito
  • Qualquer pessoa pode ter, mas pacientes que têm diabetes ou tenham algum problema de imunidade são mais propensos a desenvolverem a doença

A cantora Beth Carvalho, de 72 anos, morreu na tarde de terça-feira (30), vítima de uma infecção generalizada, ou sepse, de acordo com uma nota divulgada pelo Hospital Pró-Cardíaco, onde ela estava internada, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

O Brasil tem uma taxa extremamente alta de morte por sepse em UTIs, superando até mortes por acidente vascular cerebral e infarto nessas unidades. Segundo levantamento organizado por pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e do Instituto Latino Americano de Sepse, a cada ano morrem mais de 230 mil pacientes adultos nas UTIs em decorrência da doença.

A estimativa é sombria, 55,7% dos pacientes internados com sepse vão a óbito.

O que é?

A sepse é uma resposta frente a uma infecção, que pode ser desencadeada por bactérias, fungos ou vírus que caíram na corrente sanguínea. Normalmente, é uma predisposição genética que faz com que a pessoa desenvolva essa resposta acentuada para combater a infecção. A doença não é contagiosa.

Os fatores que podem causar essa infecção generalizada no paciente são: abscessos dentários, pneumonia, infecções urinárias, apendicite e infecções de pele (causadas por machucados). A pneumonia é a causa mais comum, já que o pulmão é uma área altamente vascularizada do corpo, o que facilita a bactéria (no caso, a pneumococo) cair no sangue.

Quais são os sintomas iniciais?

Febre alta no início e depois queda na temperatura corporal --a pessoa fica com as extremidades do corpo frias. O indivíduo também tem calafrios, fica ofegante, com "batedeira" no peito, tem diminuição do volume urinário e perda de consciência. A primeira identificação da sepse é feita a partir destes sinais clínicos e sua confirmação vem após alguns exames de sangue.

Tratamento

Ao sentir os sintomas descritos acima, muitos pacientes apenas tomam um remédio e vão repousar. No entanto, a sepse precisa ser combatida rapidamente, por isso a importância de ir a um hospital. Diagnosticada a sepse, ocorre a administração de soro nas veias, para aumentar o volume de sangue no corpo (e combater a queda de pressão). E também a prescrição de antibiótico, para eliminar a bactéria que está circulando no sangue. Em alguns casos, o médico pode entrar com drogas vasoativas, que ajudam o sangue a retornar para o coração, cérebro e rins.

Grupos de risco

Qualquer pessoa pode ter, mas pacientes que têm diabetes, que estejam fazendo quimioterapia ou tenham algum problema de imunidade são mais propensos a entrarem em sepse. Bebês abaixo de um ano e idosos também, assim como gestantes --já que, na gravidez, a imunidade das mulheres diminui, para o corpo não usar seu sistema de defesa contra o bebê. Lembrando que a sepse não acontece do nada mas, sim, quando algum dos fatores desencadeantes --pneumonia, abscesso dentário e outros-- fazem com que a bactéria entre na corrente sanguínea.

Formas de prevenção

  • Lavar sempre as mãos com água e sabão, já que elas acabam sendo portas de entrada para bactérias na boca;
  • Manter a vacinação atualizada, principalmente pneumococo e meningococo;
  • Evitar tomar antibiótico por qualquer motivo para não criar resistência; e,
  • Quando for prescrito o antibiótico, tomar até o final, para eliminar todas bactérias e não evoluir para uma sepse.

Fontes: Alexandre Naime Barbosa, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e médico infectologista consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e Jean Gorinchteyn, médico infectologista membro da SBI, consultados em matéria do dia 18/11/17.