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Senadores pedem a liberação do amianto; entenda riscos do mineral à saúde

asbestorama/iStock
Imagem: asbestorama/iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

30/04/2019 13h26

Resumo da notícia

  • Vídeo publicado pela TV Senado mostra senadores pedindo a volta da comercialização do amianto, proibida em 2017 pelo STF
  • De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o mineral é cancerígeno
  • A exposição ao pó do mineral pode causar doenças como câncer de pulmão, de laringe, do trato digestivo e do ovário

Desde 2017, a extração e a venda do amianto --mineral feito à base de fibras e caracterizado como cancerígeno pela OMS (Organização Mundial de Saúde) -- está proibida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em todo o país. Mas agora, um grupo de quatro senadores quer lutar para que a decisão seja revertida.

De acordo com vídeo publicado pela TV Senado, Davi Acolumbre (DEM), Vanderlan Cardoso (PP), Luis do Carmo (MDB) e Chico Rodrigues (DEM) fizeram visita à mineradora SAMA, localizada em Goiás e produtora de amianto crisotila, para conhecer a situação dos trabalhadores.

Na gravação, Cardoso diz que moradores da região estão desempregadas por conta da decisão, que ele acredita ser equivocada. A seguir, o senador Chico Rodrigues afirma que estudos científicos mostram que o mineral não é cancerígeno. Mas afinal, o amianto oferece ou não riscos à saúde?

Amianto é considerado nocivo à saúde

Além da caracterização pela OMS, a matéria-prima também é listada pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) como "reconhecidamente cancerígena".

O perigo está no pó que o mineral libera quando é cortado ou manuseado e pode ser facilmente inalado ou engolido. A exposição pode causar doenças como câncer de pulmão, de laringe, do trato digestivo e do ovário, mesotelioma (câncer raro da membrana pulmonar e outras membranas do corpo humano) e asbestose (doença que provoca o endurecimento do pulmão e afeta a capacidade respiratória). Uma vez dentro do corpo humano, não é possível eliminar a poeira.

Não há nenhum estudo científico que comprove que beber água de uma caixa d'água de amianto ou dormir em uma casa coberta com uma telha de amianto represente dano ao consumidor.

A maior preocupação está relacionada aos trabalhadores do setor, como trabalhadores das minas de amianto, da construção civil, da manutenção de freios de automóvel, da limpeza urbana e do comércio de material de construção. Segundo estimativa da OMS, mais de 107 mil profissionais morrem por ano pelas doenças relacionadas ao material.

Os contrários ao mineral afirmam que uma telha ou outro material que contenha amianto pode romper nas mãos do produtor, transportador ou consumidor --oferecendo riscos a todos.

No entanto, aqueles que são a favor da comercialização defendem que o uso correto, seguindo instruções de segurança, não oferece nenhum risco, além de apontarem que outros produtos considerados cancerígenos, como a salsicha, continuam à venda.*

* Informações da reportagem de Larissa Leiros, do UOL Notícias

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