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Sistema lê mão de recém-nascidos e previne trocas de bebês em hospitais

Os dedos dos nenéns são muito pequenos e ainda não têm muitas informações. Por isso, sistema de biometria armazena dados da palma da mão dos bebês - iStock
Os dedos dos nenéns são muito pequenos e ainda não têm muitas informações. Por isso, sistema de biometria armazena dados da palma da mão dos bebês Imagem: iStock

Maria Júlia Marques

Do UOL VivaBem, em São Paulo

26/04/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Para reduzir casos de troca de bebês em maternidades, empresa brasileira desenvolveu sistema que identifica biometria de recém-nascidos
  • Como os dedos dos nenéns são muito pequenos e têm poucas informações biométricas, software armazena dados da palma da mão das crianças
  • O sistema permite cadastrar o bebê na sala de parto e vinculá-lo aos da mãe ou responsável
  • Hospital de Belo Horizonte é o primeiro a adotar a tecnologia no país, mas por enquanto a usa apenas no posto de vacinas

Pode soar absurdo, mas ainda sofremos com problemas de troca de bebês em maternidades, sabia? Além disso, quando um neném é abandonado, você imagina a dificuldade de identificá-lo se não há registro?

Para tentar reduzir o número de problemas desse tipo e garantir mais segurança aos pequenos e seus pais, uma empresa brasileira desenvolveu um sistema que identifica a biometria de recém-nascidos, evitando brechas mesmo se os bebês forem muito parecidos.

Como funciona?

O processo é um pouco diferente do que com adultos. Em pessoas mais velhas, são recolhidas digitais dos dedos, já nos nenéns, como são muito pequenos, os dedos ainda armazenam poucas informações biométricas que possam ser usadas para identificação. "Dessa forma, a gente usa toda a palma da mão da criança, que tem mais dados e pontos característicos para facilitar a distinção," explica João Weber, diretor da Griaule, empresa de biometria em Campinas, São Paulo.

O projeto visa reconhecer bebês abaixo de um ano, o que ajuda a cumprir uma portaria de fevereiro de 2018 do Ministério da Saúde, que tornou obrigatória a identificação palmar de todos os recém-nascidos brasileiros, juntamente com a identificação biométrica da mãe.

"Nosso sistema permite registrar a informação do neném ainda na sala de parto e já vincular com os dados da mãe ou responsável. Por enquanto, o projeto é focado em evitar trocas de bebês nos hospitais e facilitar reconhecimento --tanto da criança quanto dos pais -- em casos de abandono, mas se esse sistema for integrado com a polícia ou Receita Federal, por exemplo, é possível ajudar até no tráfico de crianças. Imagine que sempre que for cruzar uma fronteira a criança seja identificada pela mão, não há como um adulto forjar documentos ou fingir que é o pai", comenta Weber.

Vale ressaltar ainda que a máquina alerta os profissionais da saúde caso uma mãozinha seja inserida pela segunda vez no sistema. "Se a palma da mão já foi registrada o sistema alega, é uma resposta para evitar tentativas de fraude caso queiram falsificar os documentos da criança," afirma Weber, que diz que os custos para implantar o software são viáveis. "Caso a instituição queira cadastrar mil bebês fica mais barato, se for um milhão pode encarecer, mas é flexível e vale a pena, pois fortalece a segurança dos recém-nascidos."

Brasil já tem primeiro hospital com o sistema

Um hospital em Belo Horizonte (MG) já implementou a identificação biométrica de bebês. Em entrevista ao UOL VivaBem, responsáveis pelo local solicitaram que a instituição não fosse identificada. Eles explicaram que a máquina ainda não está sendo usada em serviços de maternidade, e sim em um posto de vacinas. O sistema é utilizado em recém-nascidos e bebês de meses para obter a biometria e evitar fraudes, mas não vincula as doses de vacina que a criança recebeu.

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