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Nova vacina? Proteína artificial estimula formação de anticorpos contra HIV

Os cientistas conseguiram gerar uma resposta imunológica ao HIV  - iStock
Os cientistas conseguiram gerar uma resposta imunológica ao HIV Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

27/02/2019 15h28

Resumo da notícia

  • Usando modelagem computacional, uma equipe de pesquisadores criou proteínas que estimulou coelhos a desenvolver anticorpos contra HIV
  • A descoberta pode ser um passo em direção à compreensão dos principais componentes necessários para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus
  • Os cientistas esperam que, no futuro, o método de design de proteínas possa ajudar a criar e personalizar vacinas para diferentes doenças

Uma equipe de pesquisadores da Penn State College of Medicine, nos Estados Unidos, projetou e criou proteínas que imitam diferentes características da superfície do vírus HIV. Depois de imunizados com as proteínas, coelhos desenvolveram anticorpos capazes de se ligar ao vírus. Os cientistas acreditam que a descoberta pode ser um passo em direção à compreensão dos principais componentes necessários para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus causador da Aids.

"Nós mostramos que, usando nossas proteínas projetadas, o sangue foi capaz de gerar espontaneamente anticorpos que podem inibir a infecção do HIV em modelos celulares", explica Cheng Zhu, um dos autores do estudo, que foi publicado no periódico Nature Communications nesta quarta-feira (27). "Quando incubamos o vírus HIV, sua efetividade foi drasticamente reduzida pelo sangue dos coelhos".

Desenvolver uma vacina contra o HIV é uma tarefa difícil, justamente porque o vírus sofre mutações constantes. "Mesmo se desenvolvermos um anticorpo para uma cepa específica do vírus, esse anticorpo pode nem notar a próxima cepa dele", diz Nikolay Dokholyan, professor e vice-presidente de pesquisa do Departamento de Farmacologia da universidade.

A vantagem é que, às vezes, buracos aparecem naturalmente nesse revestimento, expondo a superfície do HIV a anticorpos potenciais. Os pesquisadores então usaram modelos computacionais para projetar proteínas que imitam a superfície proteica conservada de diferentes cepas do vírus para serem usadas na vacina para os coelhos.

Embora as descobertas sejam promissoras, há mais trabalho a ser feito. "Ainda precisamos melhorar as capacidades de neutralização dos anticorpos e outros aspectos antes que se torne uma vacina viável para humanos", afirma Dokholyan.

Qual é a principal forma de prevenção?

Em humanos, o método mais recomendado desde a identificação do vírus e da doença é o uso de preservativos (masculino ou feminino) durante as relações sexuais. As camisinhas estão disponíveis gratuitamente em unidades de saúde, mas também podem ser compradas em estabelecimentos privados. Com o avanço da medicina, ainda há a possibilidade de intervenções com antirretrovirais logo após a exposição ao vírus (PEP) ou mesmo de forma preventiva (PreP), voltada para grupo de pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o vírus.

Além de ser transmitido por meio de relações sexuais desprotegidas, o vírus também pode ser passado pelo compartilhamento de seringas contaminadas, pela transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação) e por meio de transfusão com sangue contaminado. É por isso que é importante todas as pessoas, independentemente da idade, cor, sexo, e condição de saúde, realizar o teste com frequência.

O Ministério da Saúde recomenda que, nos casos que envolvam crianças (0 a 12 anos incompletos), a testagem e entrega dos exames anti-HIV só devem ser realizadas com a presença dos pais ou responsáveis. Já para adolescentes (12 a 18 anos), a realização do exame fica restrita a sua vontade, desde que uma avaliação de suas condições de discernimento seja realizada.

Já existe cura para a Aids?

Ainda não há cura para a Aids. Apesar disso, diversos avanços nos últimos anos têm permitido que as pessoas vivendo com HIV levem uma vida normal, com baixos riscos de morte em razão da doença. De qualquer forma, a Aids ainda é uma doença muito séria, que exige tratamento e acompanhamento médico pelo resto da vida da pessoa infectada.

Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Saúde, das Fiocruz e da ONG Grupo de Incentivo à Vida.

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