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Cientistas brasileiros se aproximam de novo tratamento para câncer de pênis

Brasil registrou 6 mil novos casos de câncer de pênis até final de 2018, segundo Inca - iStock
Brasil registrou 6 mil novos casos de câncer de pênis até final de 2018, segundo Inca Imagem: iStock

Do UOL VivaBem*, em São Paulo

17/01/2019 09h53

Um estudo publicado por pesquisadores brasileiros na revista Molecular Biology Reports sugere a existência de mutações no genoma mitocondrial que podem favorecer a progressão do tumor peniano. A descoberta aproxima a medicina de uma nova terapia para tratar a doença.

A principal função da mitocôndria é fornecer a maior parte da energia útil das células, por meio do processo chamado de respiração celular. Em uma única célula humana, por exemplo, há cerca de 10 mil mitocôndrias, cada uma delas contendo milhares de cópias do DNA mitocondrial.

"A característica principal que define as células tumorais é o seu crescimento e multiplicação descontrolados, formando tumores. Para crescer, os tumores precisam de muita energia, e a fonte desta energia são as mitocôndrias. Logo, faz sentido pensar que a célula tumoral utilize mecanismos que possam preservá-las. Nesse contexto a mitocôndria e seu genoma tem um papel crucial", explica Rodolfo Borges dos Reis, professor na FMRP-USP e o autor principal do estudo.

"Foi demonstrado que a mitocôndria tem um papel importante na progressão de diversos tipos de tumores. No caso do tumor peniano, as alterações do genoma mitocondrial não haviam ainda sido descritas", diz Reis.

Primeira vez que se estabelece vínculo entre câncer peniano e genoma mitocondrial

Utilizando sequenciamento de nova geração, os pesquisadores analisaram o genoma mitocondrial de 13 tumores penianos (de 13 pacientes) e 12 amostras de tecido peniano saudável.

O sequenciamento revelou um aumento do número de variantes de DNA mitocondrial no tecido tumoral, confirmando o aumento da instabilidade do genoma mitocondrial nos tumores penianos.

"Descrevemos uma lista de variantes mitocondriais encontradas no tumor do pênis, incluindo cinco novas variantes encontradas especificamente no tecido tumoral. Avaliamos ainda a patogenicidade das variantes, ou seja, a capacidade das variantes em contribuir para a evolução da doença", conta Reis.

O estudo foi o primeiro a estabelecer um vínculo entre o câncer peniano e o genoma mitocondrial. O trabalho dos pesquisadores indica que a melhor compreensão da biologia mitocondrial pode, eventualmente, abrir um novo campo para a terapia no carcinoma peniano.

Câncer de pênis é comum no Brasil

O câncer de pênis é um tumor raro nos países desenvolvidos, representando cerca de 0,4% das neoplasias malignas em homens, na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil a incidência é bem maior. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse tipo de tumor corresponde a 2% de todos os casos de câncer que atingem o homem.

A doença é causada principalmente pela falta de higiene íntima e tem forte prevalência em homens com fimose. "Quem se submete à cirurgia de fimose tem menores chances de desenvolver a doença", diz Reis.

Esse tipo de câncer inicialmente não apresenta sintomas, mas tem como causa principal o acúmulo de secreções na glande. Essa "sujeira" pode evoluir para uma lesão tumoral com possibilidade de progredir localmente ou a distância.

Em muitos casos, os doentes procuram ajuda quando o pênis já está muito acometido, muitas vezes com a lesão já infectada e invadindo as estruturas penianas. Infelizmente, nesse estágio, a terapia é pouca efetiva. Desse modo, a cirurgia, amputação parcial ou total do órgão, ainda é o principal método terapêutico. Segundo o Datasus, são realizadas cerca de mil amputações penianas ao ano no Brasil. 

*Com informações da Agência Fapesp

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