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Cientistas conseguem bloquear ansiedade em ratos e sem efeitos colaterais

Remédios já existentes para outras doenças podem controlar transtorno - iStock
Remédios já existentes para outras doenças podem controlar transtorno Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

14/12/2018 10h49

Pesquisadores israelenses conseguiram inibir a ansiedade em camundongos, ao bloquearem a função de uma proteína específica no cérebro. O estudo, publicado na terça-feira (11) no periódico Cell Reports, pode levar a tratamentos mais eficazes para o transtorno mental e sem efeitos colaterais.

Para chegarem a essa conclusão, os cientistas focaram no funcionamento de uma proteína chamada MECP2, que "afeta os comportamentos da ansiedade". Todas as células contêm essa proteína, mas ela é particularmente mais abundante no cérebro. A MECP2 regula muitos genes que "desempenham um papel na função normal do cérebro" e, particularmente, aqueles que ajudam a manter as sinapses ou as conexões entre as células cerebrais.

O objetivo, na verdade, era entender como a MECP2 entra no núcleo das células nervosas, que contém os genes da célula. Mas após usar camundongos geneticamente modificados, eles identificaram a alfa-5 como a proteína transportadora que ajuda a MECP2 a entrar na célula cerebral.

Em uma série de experimentos comportamentais, eles então viram que camundongos sem a presença de alfa-5 não exibiam ansiedade sob estresse em comparação aos animais normais.

Investigações posteriores revelaram que sem a importação de alfa-5, a MECP2 não pode entrar no núcleo das células cerebrais que controlam a ansiedade. Isso teve efeito em uma enzima que produz a molécula de sinalização S1P. Segundo os cientistas, foi a redução na sinalização S1P que inibiu a ansiedade.

Surpreendentemente, os pesquisadores ainda perceberam que já existem alguns medicamentos em uso que alteram a sinalização S1P. Um deles, por exemplo, é prescrito para o tratamento da esclerose múltipla.

Eles então trataram ratos não modificados com esse medicamento e os animais apresentaram menos comportamentos de ansiedade, no mesmo nível ao dos ratos modificados, que não tinham a alfa-5. "A droga pareceu ter um efeito calmante sobre os pacientes", dizem os autores.

Mike Fainzilber, professor no departamento de ciências biomoleculares no Instituto Weizmann, em Israel, e principal autor do estudo, afirma que eles já identificaram uma série de medicamentos candidatos que visam o mecanismo que eles identificaram. "Nossas descobertas abriram uma nova direção para pesquisas sobre os mecanismos da ansiedade", conta.

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