Cientistas conseguem bloquear ansiedade em ratos e sem efeitos colaterais
Pesquisadores israelenses conseguiram inibir a ansiedade em camundongos, ao bloquearem a função de uma proteína específica no cérebro. O estudo, publicado na terça-feira (11) no periódico Cell Reports, pode levar a tratamentos mais eficazes para o transtorno mental e sem efeitos colaterais.
Para chegarem a essa conclusão, os cientistas focaram no funcionamento de uma proteína chamada MECP2, que "afeta os comportamentos da ansiedade". Todas as células contêm essa proteína, mas ela é particularmente mais abundante no cérebro. A MECP2 regula muitos genes que "desempenham um papel na função normal do cérebro" e, particularmente, aqueles que ajudam a manter as sinapses ou as conexões entre as células cerebrais.
O objetivo, na verdade, era entender como a MECP2 entra no núcleo das células nervosas, que contém os genes da célula. Mas após usar camundongos geneticamente modificados, eles identificaram a alfa-5 como a proteína transportadora que ajuda a MECP2 a entrar na célula cerebral.
Em uma série de experimentos comportamentais, eles então viram que camundongos sem a presença de alfa-5 não exibiam ansiedade sob estresse em comparação aos animais normais.
Investigações posteriores revelaram que sem a importação de alfa-5, a MECP2 não pode entrar no núcleo das células cerebrais que controlam a ansiedade. Isso teve efeito em uma enzima que produz a molécula de sinalização S1P. Segundo os cientistas, foi a redução na sinalização S1P que inibiu a ansiedade.
Surpreendentemente, os pesquisadores ainda perceberam que já existem alguns medicamentos em uso que alteram a sinalização S1P. Um deles, por exemplo, é prescrito para o tratamento da esclerose múltipla.
Eles então trataram ratos não modificados com esse medicamento e os animais apresentaram menos comportamentos de ansiedade, no mesmo nível ao dos ratos modificados, que não tinham a alfa-5. "A droga pareceu ter um efeito calmante sobre os pacientes", dizem os autores.
Mike Fainzilber, professor no departamento de ciências biomoleculares no Instituto Weizmann, em Israel, e principal autor do estudo, afirma que eles já identificaram uma série de medicamentos candidatos que visam o mecanismo que eles identificaram. "Nossas descobertas abriram uma nova direção para pesquisas sobre os mecanismos da ansiedade", conta.
SIGA O UOL VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook - Instagram - Youtube
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.