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Junior Lima cancela show e opera cálculo renal. Entenda doença e cirurgia

Junior comemora operação que conseguiu remover sua pedra no rim  - Reprodução/ Instagram
Junior comemora operação que conseguiu remover sua pedra no rim Imagem: Reprodução/ Instagram

Maria Júlia Marques

Do UOL VivaBem, em São Paulo

19/11/2018 19h28

O músico Junior Lima, irmão da Sandy, usou sua conta nas redes sociais para anunciar que desmarcou um show da banda de música eletrônica Manimal em Cuiabá, no último sábado (17), por conta de uma pedra no rim “que é muito grande e não sai sem cirurgia”. Para completar o tratamento, Junior passou por uma operação nesta segunda-feira (19). A cirurgia foi um sucesso e ele passa bem.

“Ao longo dos meus quase 30 anos de carreira, já passei por episódios muito sérios e pouquíssimas vezes tive que desmarcar um show por questão de saúde. Dessa vez é uma coisa um pouco mais séria. Estou com um cateter que liga o rim à bexiga par anão ter uma obstrução, é um problema mais sério,” afirmou em vídeo no Instagram.

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E realmente, dor de quem tem pedra no rim não é pequena. O quadro é lembrado pelas dores terríveis que a pedra causa na lombar e no abdômen. Dependendo do caso, a intensidade consegue ser comparada à dor do parto sem anestesia. Além disso, é possível ter vômitos, desmaios e cólicas extremamente dolorosas.

Todo esse terror de sintomas acontece quando a pedra bloqueia a via urinária, impedindo a passagem da urina e causando a dilatação do rim. A doença tem maior incidência entre os homens ou entre aqueles que bebem pouca água e abusam do sal.

De onde vem a pedra no rim?

Cerca de 10% da população pode ser afetada pela formação de cálculo renal, de acordo com o professor Osvaldo Merege Neto, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo). O cálculo é formado geralmente por cristais de oxalato de cálcio eliminados pela urina que, ao se agruparem com o tempo, formam as pedras.

Algumas pessoas tendem a absorver mais oxalato e cálcio do que a média e, consequentemente, seu organismo formará mais cristais. Este pode ser o caso de Junior, que chegou a brincar nas redes sociais que é um “grande formador de cálculos renais”.

E aí quanto mais líquidos o paciente ingerir, maior a chance de eliminar os cristais. Mas se a pessoa faz pouco xixi e toma pouca água, os cristais tendem a se agrupar com maior facilidade e formar compostos sólidos de diferentes tamanhos nas vias urinárias.

Embora a enfermidade seja popularmente conhecida como pedra no rim, os cristais podem se instalar em outras partes do trato urinário, como bexiga, uretra e ureteres.

Qual o tratamento?

Junior postou foto no Instagram antes de ser operado - Reprodução/ Instagram - Reprodução/ Instagram
Junior postou foto no Instagram antes de ser operado
Imagem: Reprodução/ Instagram
 Tem que fazer a pedra sair. Dependendo do tamanho elas podem ser removidas pela urina ou por cirurgia.

Cálculos de até cinco milímetros de diâmetro têm 85% de chance de serem eliminados espontaneamente na urina, e os de até oito milímetros de 50%. O importante é beber bastante água para ajudar a mover a pedra. E tomar medicação para dor, se necessário.

Quando as pedras são maiores ou quando o quadro se agrava para uma infecção urinária, pode ser necessária a cirurgia endoscópica, para 'quebrar as pedras'.

O importante é ter acompanhamento médico para preservar a saúde do rim. “Uma pedra obstruindo o rim pode levar a insuficiência renal se não agir por dois ou três meses. A pedra pode parar de doer, mas continua lá, é perigoso. Fora que se tiver infecção renal com o rim obstruído, pode chegar a matar o paciente”, disse Luiz Guidoni, urologista da Clínica Guidoni.

O Centro de Referência em Saúde do Homem alerta que em 20% dos casos de pedra no rim há risco de o paciente desenvolver insuficiência renal crônica.

Como é a cirurgia do Junior?

Médicos afirmam que é difícil precisar qual o procedimento exato de um paciente sem ter contato com seus exames. Porém, há hipóteses do porquê Junior precisou passar por duas cirurgias. “Existem diferentes teses para a dupla cirurgia, depende muito da estratégia que o médico escolheu, onde estava a pedra no trato urinário, o tamanho”, explicou Guidoni.

Em um vídeo no Instagram, Junior afirmou que um cálculo “não quer sair e vou ter que estourar com um laser, por isso tive que colocar até um cateter. Está osso”. Além disso, ele afirmou que “são duas cirurgias. Já fiz a primeira, que foi de emergência” e hoje fez a segunda.

Não é possível dizer ao certo qual foi o tratamento adotado, mas pensando na descrição acima, parece que ele colocou um cateter para aliviar a dor em um procedimento de urgência e retirou a pedra na cirurgia posterior.

“Se a pedra estiver no ureter, caminho entre o rim e a bexiga, o médico pode optar por não removê-la no primeiro procedimento, colocando apenas um cateter, que é um tubinho que garante que a urina vá do rim para a bexiga e alivia a dor”, disse Ernesto Reggio, coordenador de Endourologia da Sociedade Brasileira de Urologia. “Ao fazer isso, a ideia é esperar a melhora da condição do ureter, que pode ficar machucado ou inflamado com a pedra. Assim, na segunda operação fica mais seguro tirar a pedra, e aproveitamos para já remove o cateter”, completou.

Outra hipótese é que na primeira cirurgia o músico removeu a pedra do trato urinário, mas o ureter estava muito inflamado, dificultando a passagem da urina. Para evitar que o xixi continue sem conseguir passar, um cateter foi deixado entre o rim e a bexiga, garantindo o transporte sem causar dores. “Nesse caso, a segunda cirurgia ocorre somente para a retirada do cateter”, conclui Reggio.

Vale ressaltar que a cirurgia para retirada de pedras nos rins é de baixo risco e o pós-operatório também costuma ser tranquilo para o paciente.

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