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O cabelo se acostuma com o xampu e o produto para de fazer efeito?

Renata Turbiani

Colaboração para o UOL VivaBem

17/10/2018 04h00

Provavelmente, você já ouviu falar que é preciso mudar de xampu de tempos em tempos, pois depois de um longo período o cabelo se acostuma com o produto e ele para de fazer efeito. Talvez, você até já tenha sentido isso na pele --ou melhor, na cabeça --, mas saiba que não foi porque seus fios se adaptaram ao cosmético. 

Por que parece que o xampu não faz efeito após um tempo uso?

O produto em momento algum perde sua eficácia. O que acontece é que as necessidades capilares mudam. Em um determinado momento, seu cabelo precisa de mais hidratação, depois de nutrição e, mais adiante, de construção --por conta de fatores como alterações hormonais e de saúde, envelhecimento, danos externos (clima e poluição, por exemplo) e, especialmente, agressões químicas.

Assim, quando os fios recebem do xampu os ativos que necessitam, é natural que fiquem lindos no início. Porém, a medida em que absorvem dele tudo o que precisam, o resultado pode não ser mais o mesmo, dando a impressão de que o produto perdeu a eficácia, quando, na realidade, ele apenas cumpriu sua função e a cabeleira agora está carecendo de outros nutrientes.

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De modo geral, os fios precisam de hidratação quando estão ressecados e sem brilho. De nutrição se há frizz, porosidade ou rigidez. E necessitam de reparação quando estão fracos, quebradiços e com pontas duplas.

Outro ponto a ser destacado é que o acúmulo de substâncias na superfície dos fios e no couro cabeludo também prejudica o desempenho do xampu, pois impede que ele penetre na estrutura capilar e faça seu trabalho. Mesmo enxaguando muito bem, é normal que resquícios desse e dos demais cosméticos de uso frequente, como condicionador e máscara, permaneçam após as lavagens. Neste caso, a solução é utilizar ocasionalmente um antirresíduos

Apesar disso tudo, os especialistas afirmam que se as madeixas estão saudáveis e o xampu escolhido dando bons resultados, não há razão para trocá-lo. Até porque a constante substituição tem seus pontos negativos: os fios e o couro cabeludo terão de se readaptar a uma nova fórmula, correndo o risco de terem o pH alterado e maior probabilidade de apresentarem ressecamento e hipersensibilidade.

Como escolher o xampu ideal?

Antes de adquirir qualquer produto, é fundamental conhecer o seu tipo de cabelo: normal, seco ou oleoso. Também é importante levar em conta se ele tem algum tipo de química ou problema, como dermatite seborreica. Para não ter dúvidas, o melhor a fazer é consultar um especialista (dermatologista ou tricologista) ou pedir ajuda ao cabeleireiro. 

De todo modo, nas lojas, vale procurar por xampus com pH ácido (entre 5 e 6,5), afim de manter o equilíbrio dos fios e não causar danos neles, e com baixas concentrações de lauril sufato de sódio (detergente) e cloreto de sódio (sal comum), que podem remover a proteção natural, ressecando e provocando frizz ou quebra.

O jeito certo de lavar os cabelos

Para manter os cabelos saudáveis é indicado lavá-los com água morna ou fria, utilizar uma pequena quantidade de xampu --o equivalente a uma moeda de um real para os curtos e duas para os compridos --, massagear o couro cabeludo com a ponta dos dedos (não com as unhas) e em movimentos de vai e vem. Não é necessário repetir essa operação. 

Depois é a vez de aplicar o condicionador, que não necessariamente precisa ser da mesma marca e linha do xampu. A regra para esse produto é jamais passá-lo na raiz, apenas no comprimento e nas pontas. Isso evita oleosidade, caspa, coceira e o entupimento dos poros. E atenção: as máscaras e os cremes não substituem o condicionador; cada item tem a sua função. 

Ao final da limpeza, o melhor a fazer é deixar os cabelos secarem naturalmente. Se isso não for possível, use o secador na temperatura morna, jamais na quente, e evite chapinha e modeladores elétricos. 

Fontes: Larissa Montanheiro, dermatologista do Hospital Sírio Libanês e membro da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC); Luciano Barsanti, tricologista, diretor médico do Instituto do Cabelo (IC) e presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia (SBTri); Jefferson E. Silva, professor de pós-graduação em tricologia e terapia capilar da Universidade Anhembi Morumbi Jardis Volpe, dermatologista e diretor-médico da Clínica Volpe; ;e Vivi Afecto, cosmetóloga da Vivi Afecto Estética Avançada.

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