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Cozinhar com madeira causa maior risco de doenças respiratórias e morte

vovashevchuk/Istock
Imagem: vovashevchuk/Istock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

22/09/2018 12h35

Cerca de três bilhões de pessoas em todo o mundo vivem em residências que regularmente queimam madeira, carvão ou outros combustíveis sólidos para cozinhar seus alimentos.

 Os combustíveis sólidos emitem níveis muito altos de poluentes, especialmente partículas minúsculas que podem penetrar profundamente nos pulmões. Normalmente, esses domicílios são encontrados em áreas rurais de países de baixa e média renda.

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De acordo com uma nova pesquisa realizada na China e publicada online no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, a queima de madeira ou carvão para cozinhar alimentos está associada a um aumento do risco de hospitalização e de morte por doenças respiratórias.

No artigo, os pesquisadores relatam que hospitalizações ou mortes por doenças respiratórias crônicas e agudas foram 36% maior entre aqueles que usaram os materiais para cozinhar em comparação com pessoas que usaram eletricidade ou gás.

Os cientistas também mostraram que o tempo de uso estava altamente associado aos riscos.

Aqueles que utilizaram madeira ou carvão por 40 anos ou mais apresentaram um risco 54% maior de sofrer com os problemas de saúde, enquanto aqueles que mudaram de combustíveis sólidos para combustíveis como gás reduziram seu risco para apenas 14% a mais do que pessoas que nunca fizeram a queima para cozinhar.

O estudo analisou os registros de saúde de 280 mil adultos com idade entre 30 e 79 anos, de 10 áreas diferentes do país, que nunca haviam fumado e estavam livres de doenças respiratórias e outras doenças crônicas importantes quando se inscreveram.

Para o cálculo dos resultados, os cientistas consideraram fatores como idade, sexo, status socioeconômico, tabagismo passivo, consumo de álcool, dieta, atividade física e obesidade.

Durante o tempo que foram acompanhados, cerca de 9 anos, 19.823 participantes foram hospitalizados ou morreram de uma doença respiratória grave. Destes eventos, 10.553 foram devido a asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica, e 7.324 foram devido a infecções respiratórias agudas, mais frequentemente pneumonia.

De acordo com Zhengming  Chen, principal autor do artigo, o achado mais importante do estudo é que o aumento do risco de doenças respiratórias graves por queima de madeira ou carvão pode ser significativamente reduzido se as pessoas usarem combustível de queima limpa.

"Embora não possamos inferir uma relação causal a partir dessas descobertas observacionais, nossos resultados são convincentes para acelerar a implementação global do acesso universal à energia limpa a preços acessíveis, um dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas", disse ele.

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