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Você vai ao oftalmo? Adultos ficam três anos ou mais sem cuidar da visão

Cientistas mostram que 18% dos voluntários não tiveram os olhos examinados por um oftalmologista em três anos ou mais - iStock
Cientistas mostram que 18% dos voluntários não tiveram os olhos examinados por um oftalmologista em três anos ou mais Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

05/09/2018 08h00

Não está na hora de você voltar ao oftalmologista? Uma nova pesquisa feita pela Universidade de Michigan (EUA) mostrou que os adultos mais velhos não se preocupam muito com a saúde dos olhos. Algumas pessoas chegam a ficar três anos ou mais sem fazer exames de visão, e esse descaso pode dar brecha para doenças se potencializarem.

Os cientistas analisaram dados de mais de dois mil adultos, com idades entre 50 e 80 anos, da Pesquisa Nacional sobre Envelhecimento Saudável.

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Entre os resultados, os pesquisadores descobriram que 58% dos adultos mais velhos faziam exames gerais e tinham acompanhamento de médicos de outras especialidades, mas nenhum deles era questionado sobre a visão. Os números mostraram que aqueles com histórico de doenças oculares, diabetes ou com baixa renda eram os mais propensos a questionamentos sobre a saúde dos olhos.

Embora as diretrizes de exames nos olhos variem para adultos mais velhos e para pacientes com diabetes ou histórico de doenças oculares, todo mundo deve consultar um oftalmologista regularmente. Até idosos saudáveis precisam fazer exames rotineiros para acompanhamento e precaução.

Para José Ottaiano, presidente do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), a frequência das consultas deve respeitar o histórico e estado de saúde de cada paciente. "Para quem não tem doença sistêmica como o diabetes, nem possui histórico próprio ou familiar de doenças oculares, o ideal é visitar o oftalmologista uma vez ao ano." O especialista indica ainda uma frequência menor de uma vez a cada seis meses para pessoas acima de 65 anos (que façam parte de grupos de risco de doenças oculares, ou possuam histórico de problemas na vista).

No total, 18% dos voluntários disseram que não tiveram os olhos examinados por um oftalmologista em três anos ou mais, ou não tinham certeza de quando fizeram seu último exame.

As pessoas que estavam sem exames recentes tiveram que ticar as opções que explicavam a falta de cuidado com os olhos. Um quarto culpou o alto custo, e quase o mesmo número de voluntários apontou para a falta de cobertura do plano de saúde. Além disso, quase um quarto disse que era mais fácil comprar óculos de leitura em farmácias.

Cerca de um quarto dos entrevistados disse ter sido diagnosticado com uma das quatro principais doenças oculares comuns: catarata, glaucoma, degeneração macular ou doença ocular relacionada ao diabetes. E a grande maioria --86% -- que respondeu à pesquisa disse que usa lentes de contato ou óculos.

?Sabemos que muitas doenças oculares se tornam mais comuns com a idade, mas que a maioria das perdas visuais é evitável ou tratável?, disse Joshua Ehrlich, professor envolvido. ?Para aqueles com fatores de risco como diabetes e outras condições médicas ou histórico familiar, receber cuidados regulares pode ser a chave para evitar a perda de visão?, completou.

?Fora que ao passar com o geriatra, adultos mais velhos geralmente têm uma longa lista de problemas de saúde para discutir. Dificuldades com a visão nem sempre vêm à mente?, esclareceu Preeti Malani, diretor da pesquisa.

O cuidado com os olhos se torna mais importante com a idade, não só porque a visão tende a mudar, mas também porque a probabilidade de desenvolver condições ou doenças oftalmológicas aumenta. Prestadores de cuidados devem ser parceiros e aconselhar adultos de alto risco sobre quando consultar um oftalmologista.

No Brasil e no mundo

E não se engane achando que esse mal é um problema apenas dos americanos. Os especialistas do CBO explicam que qualquer desconforto nas vistas, como coceira, dificuldade para focalizar imagens, lacrimejamento, manchas na visão, campo visual diminuído, vista cansada ou dores de cabeça são alertas do corpo para buscar o especialista.

Além das consultas periódicas ao oftalmologista, é preciso ainda que a população fique atenta ao tabagismo, sedentarismo e alimentação, que são fatores importantíssimos na prevenção e cuidado com a visão. 

A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que 253 milhões de pessoas sejam deficientes visuais, sendo 36 milhões totalmente cegos. De todas as deficiências visuais (parciais ou totais), 81% poderiam ser prevenidas ou curadas se detectadas e tratadas cedo.

Os médicos alertam que a prevenção e o cuidado são as melhores armas para tentar diminuir as estimativas de que, em 2050, o número de cegos chegue a 115 milhões de pessoas. 

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