Prevenção ideal para doenças do coração une estatinas e drogas para pressão
A pressão arterial elevada, que atinge mais de 30 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde, é um dos principais fatores de risco para problemas cardiovasculares como infarto e aneurisma. Mas pesquisadores do Instituto de Pesquisa William Harvey, da Universidade Queen Mary, em Londres, no Reino Unido, descobriram que combinar drogas redutoras de pressão arterial e estatinas (que ajudam a regular os níveis de colesterol) podem prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em pessoas que têm hipertensão.
Publicado no periódico The Lancet no dia 26 de agosto, o estudo mostrou que pacientes com 60 anos de idade com hipertensão têm menor probabilidade de morrer de doença cardíaca ou AVC se tomam estatina e fazem tratamento para baixar a pressão arterial com base em bloqueadores dos canais de cálcio.
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Para chegarem a esse resultado, os pesquisadores acompanharam 8.580 pessoas que foram inicialmente recrutados de 1998 a 2000. Todos os participantes tinham pressão alta no início do estudo, bem como vários fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Primeiro, eles fizeram o teste apenas com drogas especializadas para reduzir a pressão arterial. Uma vez que essa abordagem se mostrou eficaz na prevenção de acidentes vasculares cerebrais e morte prematura após um período médio de 5,5 anos, os pesquisadores decidiram ver se pessoas com pressão alta que também tomavam estatinas ficariam mais protegidas contra o desenvolvimento de doenças coronarianas.
A equipe então tratou aqueles com hipertensão e níveis médios de colesterol com estatinas ou placebo por 3,3 anos. Mais uma vez, os resultados foram tão positivos na prevenção de ataques cardíacos e derrames que os pesquisadores uniram as duas terapias para avaliar a eficácia das várias combinações de tratamento a longo prazo.
Eles descobriram que os participantes que tomaram drogas para pressão por 5,5 anos tiveram uma probabilidade 29% menor de morrer devido a um derrame 10 anos depois. Os participantes com níveis médios de colesterol no início que tomaram estatinas durante o estudo tiveram um risco 15% menor de morte por doença cardíaca e derrame após 16 anos, em comparação com aqueles que tomaram apenas um placebo.
Os participantes com colesterol alto no início do estudo que tomaram o tratamento usual de redução de colesterol, bem como a inovadora terapia de pressão arterial, tiveram 21% menos mortes devido a doença cardiovascular em 10 anos.
"Estes resultados são notáveis. Nós já mostramos anteriormente que as estatinas conferem benefícios de sobrevida a longo prazo, mas esta é a primeira vez que ela foi testada com um tratamento de pressão arterial", diz Peter Sever, coautor do estudo.
O professor Mark Caulfield, diretor do Instituto de Pesquisa William Harvey, também enfatiza a relevância das descobertas do estudo para a medicina preventiva. "Este estudo confirma a importância da redução da pressão arterial e do colesterol para prevenir doenças cardiovasculares incapacitantes e encurtadoras da vida", observa ele.
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