OMS muda recomendações para parto normal baseada em estudo da USP
Você saberia dizer quanto tempo dura um parto normal? Não tente chutar, não existe um padrão que indique a normalidade na progressão do parto, afirmaram pesquisadores da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) da USP (Universidade de São Paulo) em um estudo.
A pesquisa foi a primeira de um projeto feito em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) para garantir melhores resultados em trabalhos de parto e contribuir ainda com a saúde das mulheres e dos bebês.
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A equipe brasileira analisou cerca de 10 mil mulheres que deram entrada em trabalho de parto em hospitais da Nigéria e Uganda, na África, e verificaram que a evolução do parto normal não segue à risca o partograma. A referência de parto mais comumente utilizada (1 cm por hora de dilatação do colo do útero em mulheres que dão à luz pela primeira vez) foi desenvolvida nos anos 1950 e convertida em ferramenta gráfica apelidada de partograma nos anos 1960.
A interpretação dos dados sobre os partos questiona a validade desse padrão ao sugerir que cada mãe deve ser avaliada de maneira individual. Assim, o estudo foi responsável por mudanças nas recomendações da OMS relativas ao parto.
As informações para a pesquisa foram de mulheres que chegaram ao hospital em início de trabalho de parto espontâneo e apresentavam dilatação cervical menor que 6 cm, naturalmente ou induzida pela ocitocina. Foram registradas características antropométricas, obstétricas, médicas e sociodemográficas.
Professor da FMRP que participou do estudo, João Paulo Machado, disse ao Jornal da USP que as conclusões determinaram padrões para um novo partograma. Inclusive, a próxima etapa será de intervenção para que o novo modelo de partograma sem essa linha de alerta (da dilatação cervical) seja testado. "Essas orientações devem influenciar diversos países, inclusive o Brasil, num futuro próximo", afirmou.
Os pesquisadores explicaram também que o continente africano foi escolhido para o início dos trabalhos porque é o que apresenta os maiores índices de mortalidade materna e perinatal, além de condições mais desfavoráveis para intervenções, como a cesárea e o uso da ocitocina, medicação para acelerar o trabalho de parto.
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