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Cientistas revelam por que feridas da boca se curam mais rápido

Autores acreditam que estão no caminho para descobrir como curar feridas mais rapidamente - iStock
Autores acreditam que estão no caminho para descobrir como curar feridas mais rapidamente Imagem: iStock

Do VivaBem

27/07/2018 15h43

Você provavelmente já deve ter reparado como sua boca se cura mais rápido de feridas do que outras partes do seu corpo. Apesar desse processo de cicatrização sempre ter sido uma incógnita para a ciência, um novo estudo realizado por pesquisadores do National Institutes of Health, nos Estados Unidos, descobriu como ele funciona.

As descobertas, publicadas na quarta-feira (25) no periódico Science Translational Medicine, ainda podem ajudar na descoberta de como fazer o resto do corpo a se curar mais rápido.

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Para o estudo, a equipe de cientistas recrutou 30 pessoas não fumantes e fez pequenas feridas no interior de suas bochechas e em seus braços, para comparação. Como esperado, os pesquisadores perceberam que seis dias depois, as feridas na boca pareciam ser tomadas pelo processo de cicatrização imediatamente depois que elas foram formadas, mas as feridas do braço foram mais lentas para se recuperar.

Quase todas as células do corpo têm o mesmo código genético. Mas diferentes tipos de células carregam instruções diferentes sobre como esses genes devem ser expressos. Nas células da boca, a equipe descobriu que suas instruções diziam que estivessem prontas para curar a qualquer momento. Essas células, ao contrário das da pele do braço, já estavam expressando padrões de genes que estimulam o reparo de feridas, mesmo antes da lesão ter ocorrido. Isso permitiu que as células acelerassem o processo de cura, limitando a inflamação.

Os pesquisadores compararam a cicatrização de feridas da pele e da boca no ato da perfuração, após três dias e depois de seis dias - Inglesias-Bartolome, et al. (Science Translational Medicine) - Inglesias-Bartolome, et al. (Science Translational Medicine)
Os pesquisadores compararam a cicatrização de feridas da pele e da boca no ato da perfuração, após três dias e depois de seis dias
Imagem: Inglesias-Bartolome, et al. (Science Translational Medicine)

Pense desta maneira: o mecanismo de cura está sempre ativo na boca, como se estivesse em alerta vermelho. Na pele, entretanto, o botão vermelho deve ser pressionado para iniciar o processo de cicatrização.

A descoberta estimulou os cientistas a darem um passo adiante. Eles isolaram uma das principais proteínas que transmitem essas instruções de cura, chamadas SOX2, e criaram camundongos com níveis mais altos do que o normal de SOX2 expressos em suas células da pele. Quando a pele desses ratos foi ferida, ela se curou mais rápido que o normal.

Apesar de mais estudos serem necessários para testar a experiência em humanos, os autores acreditam que estão no caminho para descobrir como curar feridas mais rapidamente, bem como a tratar machucados considerados incuráveis, um problema que especialmente comum em condições como diabetes em estágio avançado.

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