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Consumir leite integral não aumenta risco de doenças cardíacas, diz estudo

Certos tipos de gordura láctea podem até ajudar a prevenir ataques graves. - iStock
Certos tipos de gordura láctea podem até ajudar a prevenir ataques graves. Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

13/07/2018 13h27

O leite integral e seus derivados (manteiga, queijo) são apontados por muita gente como um vilão da saúde do coração, devido ao seu teor de gordura saturada. Mas pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em Houston (UTHealth) afirmaram que é improvável que esses alimento causem problemas no organismo --quando consumidos sem exagero, claro.

O estudo, publicado nesta quinta-feira (12) no American Journal of Clinical Nutrition, não encontrou ligação significativa entre as gorduras lácteas e mortes causadas por doenças cardíacas e derrames. Os pesquisadores relataram, inclusive, que certos tipos de gordura presentes no leite podem até ajudar a prevenir problemas graves.  

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As descobertas reforçam o crescente corpo de evidências sugerindo que esse tipo de alimento, ao contrário da crença popular, não aumenta o risco de doenças cardíacas ou mortalidade geral em idosos, além de não contribuir para a causa da morte.

Marcia Otto, primeira autora do estudo, explica que o grande diferencial da pesquisa é que foram feitos exames para identificar a presença da gordura do leite no organismo, enquanto outros trabalhos contaram apenas com o relato dos pacientes sobre o consumo do alimento.   

Participaram do estudo cerca de três mil adultos com 65 anos ou mais. Foi medido nos pacientes o nível plasmático de três diferentes ácidos graxos encontrados em produtos lácteos, em três momentos: em 1992, em 1998 e 13 anos depois. Nenhum deles foi significativamente associado à mortalidade total.

Inclusive, um tipo estava ligado a menores mortes por doenças cardiovasculares, sugerindo que pessoas com maior consumo de produtos lácteos integrais têm um risco 42% menor de morrer por derrame.

"Os laticínios são essenciais para a saúde não apenas durante a infância, como também ao longo da vida e anos mais tarde, quando a desnutrição e condições como a osteoporose são mais comuns", disse Otto.

A pesquisa baseada em evidências é fundamental para educar as pessoas sobre nutrição, disse a pesquisadora, justamente porque os consumidores foram expostos a tantas informações diferentes e conflitantes sobre dieta, particularmente em relação às gorduras. "Por isso, é importante ter estudos robustos, para que as pessoas possam fazer escolhas mais equilibradas e informadas, baseadas em fatos científicos, em vez de boatos", acrescentou.

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