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Bactérias do intestino evitam acúmulo de gordura que afeta o metabolismo

Síndrome metabólica está associada à obesidade e diabetes tipo 1 - iStock
Síndrome metabólica está associada à obesidade e diabetes tipo 1 Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

25/06/2018 15h02

As bactérias intestinais podem influenciar no seu metabolismo. Pelo menos é o que sugere um novo estudo feito pelo Hospital Infantil de Boston (Estados Unidos) e publicado no periódico Cell  Metabolism. A pesquisa descobriu que a ausência desses micróbios gera um acúmulo de gotículas de gordura em células e pode causar síndrome metabólica, problema associado à obesidade e diabetes. 

Para compreender esse mecanismo, é preciso saber que, no intestino, as células digestivas usam a via imune inata (IMD) para responder às bactérias ruins que habitam o órgão, enquanto outras células intestinais, as enteroendócrinas, usam a mesma via para responder às "boas" bactérias.

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Em pesquisas anteriores, os cientistas descobriram que as bactérias que vivem no intestino das moscas produzem um ácido graxo de cadeia curta, o acetato, que é essencial para o próprio metabolismo lipídico dos insetos e para a sinalização da insulina.

Moscas sem bactérias em seu intestino --e, portanto, sem acetato -- acumularam gotículas de gordura nas células digestivas.

O novo estudo utilizou moscas-das-frutas, que são fáceis de reproduzir e manipular geneticamente, e têm tipos de células semelhantes a dos humanos no intestino. Quando a equipe examinou insetos com mutações na IMD, eles novamente viram gotículas de gordura.

"Quando há um problema no processamento de glicose ou lipídios, essas pequenas gostas ficam presas em células que não são projetadas para armazenamento de gordura", diz Paula Watnick, uma das autoras do estudo.

Watnick acredita que essas gotículas de gordura, geradas pela perda de bactérias intestinais, pela perda de taquicinina ou pela perda da via imune inata são equivalentes ao fígado gorduroso. Sua acumulação é um sinal de que o corpo não pode metabolizar adequadamente carboidratos e gorduras. A pesquisadora acredita que as moscas são portadoras da síndrome metabólica, comumente associada à obesidade e diabetes tipo 1.

"Nós sabemos que as bactérias controlam nosso metabolismo, mas ninguém percebeu elas estavam interagindo com as vias de sinalização imune inata nas células enteroendócrinas", conclui Watnick. "Talvez esses caminhos sejam realmente um sistema que permite que as células reconheçam bactérias por diferentes razões."


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