Cura do Alzheimer? Demência em ratos é revertida com droga para asma
Com um medicamento comumente usado para o tratamento de asma, pesquisadores da Universidade de Temple, nos Estados Unidos, conseguiram reverter a patologia tau —segunda lesão mais importante no cérebro em pacientes com doença de Alzheimer— em camundongos.
"Nós mostramos que podemos intervir após a doença ser estabelecida e resgatar farmacologicamente os camundongos com déficits de memória induzidos por tau", explica o pesquisador sênior Domenico Praticò, diretor do centro de Alzheimer da universidade. O estudo, publicado na sexta-feira (8) no periódico Molecular Neurobiology, traz novas esperanças para pessoas afetadas pela demência.
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Os pesquisadores descobriram que moléculas inflamatórias conhecidas como leucotrienos são desreguladas na doença de Alzheimer e nas demências relacionadas. "No início da demência, os leucotrienos tentam proteger as células nervosas, mas, a longo prazo, causam danos", explica Praticò. "Após essa descoberta, queríamos saber se o bloqueio de leucotrienos poderia reverter o dano e consertar a memória e as dificuldades de aprendizagem em camundongos que já têm patologia tau abundante."
Praticò e seus colegas usaram camundongos que desenvolveram a patologia tau à medida que envelheceram. Quando os animais tinham 12 meses de idade, o equivalente a 60 anos em humanos, eles foram tratados com zileuton, uma droga que inibe a formação de leucotrienos.
Após 16 semanas de tratamento, os animais realizaram testes em um labirinto para avaliar sua memória. Em comparação aos ratos não tratados, os que receberam zileuton tiveram um desempenho significativamente melhor nos testes. Os resultados ainda sugeriram uma reversão bem-sucedida da deficiência de memória.
Uma droga antiga para uma nova doença
De acordo com os pesquisadores, os ratos tratados tiveram uma redução de 90% nos leucotrienos. Além disso, os níveis de tau, proteína conhecida por danificar diretamente as sinapses, foram 50% menores nos animais que tomaram o medicamento. Um exame microscópico ainda revelou que as sinapses dos animais tratados eram indistinguíveis das dos ratos comuns sem a doença.
"A inflamação desapareceu completamente dos camundongos tratados com a droga", diz Praticò. De acordo com ele, a terapia interrompeu os processos inflamatórios no cérebro, permitindo que o dano da tau fosse revertido.
"Os leucotrienos estão nos pulmões e no cérebro, mas agora sabemos que, além de seu papel funcional na asma, eles também têm um papel funcional na demência", explica Praticò. "Esta é uma droga antiga para uma nova doença", acrescentou.
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