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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Não deixe que problemas na boca e nos dentes atrapalhem seu treino

Uma "mordida" errada durante o esforço pode levar a corte na boca - iStock
Uma "mordida" errada durante o esforço pode levar a corte na boca Imagem: iStock

Elcio Padovez

Colaboração para o VivaBem

01/06/2018 04h00

Pouca gente se preocupa com a boca na hora de fazer exercícios. Mas você sabia que cuidar dessa área do corpo, tanto durante o treino quanto no dia a dia, é muito importante para o bom desempenho esportivo?

Sim, uma inflamação na gengiva ou um dente cariado, por exemplo, podem interferir diretamente nos resultados do treino e até aumentar o risco de lesão. Já uma "mordida" errada na hora da atividade física prejudica o alinhamento dos dentes e pode fazer você ter desde um corte na boca até dores na sola do pé. Veja a seguir como evitar esses e outros problemas. 

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Qual é a maneira certa de "morder" para treinar?

Na hora do esforço, se você tiver uma "mordida" errada, pode prejudicar o alinhamento dental, quebrar parcialmente um dente ou até mesmo sofrer um corte na boca. Durante a atividade física, procure manter os dentes se tocando naturalmente, sem forçá-los. Evite colocar entre os dentes superiores e inferiores o lábio, a língua ou objetos, como panos ou toalhinhas.

Segundo Fabio  Kricheldorf, dentista especialista em traumatologia e buco-maxilo pela Universidade de São Paulo (USP), uma coisa importante para evitar a mordida errada --tanto no treino quanto no dia a dia -- é mastigar os alimentos dos dois lados e com a mesma força e intensidade. Assim, os músculos da face são trabalhados bilateralmente e a arcada dentária se mantém equilibrada e harmoniosa.

A mordida errada pode causar até dor no pé

Se for frequente, a mordida errada e forte pode causar um desvio da articulação temporomandibular (ATM), popularmente conhecida como “carrinho”, por provocar o “desencaixe ou “descarrilamento” da mandíbula. O ATM em estágio crônico pode evoluir para uma artrite ou artrose na região, e também contribuir para desenvolver a perda do osso que sustenta os dentes --o que gera dores cada vez mais intensas.

O desequilíbrio ainda faz com que o corpo se reajuste e sofra modificações posturais, refletindo em problemas no corpo todo. Pode causar dores crônicas na articulação da mandíbula, com estalos recorrentes, na coluna cervical, na lombar e até na planta dos pés.

As cáries afetam a performance

Males como cáries e inflamações nas gengivas, normalmente desenvolvidas por falta de higienização bucal e alimentação inadequada --repleta de açúcar --, podem ser a porta de entrada de bactérias na corrente sanguínea. Isso pode gerar uma inflamação no organismo e afetar a recuperação pós-treino, pois o corpo vai voltar a maior parte de seus esforços para combater o micro-organismo invasor em vez de regenerar os músculos. Desse modo, não só os ganhos do treino são prejudicados, como também há um aumento no risco de lesões.  

Quem usa aparelho deve tomar mais cuidado?

Com certeza, especialmente ao fazer esportes com impacto, como corrida, futebol, e lutas. “Além de observar a harmonia da mordida e não forçar os dentes, recomenda-se o uso de um protetor bucal feito sob medida. Ele ajuda a dar mais segurança e proteção”, explica o cirurgião dentista Rodrigo Albuquerque, especialista em ortopedia funcional dos maxilares pela Universidade Estácio de Sá e estudioso das relações entre a ortodontia e o esporte. 

Quem sofre de bruxismo --ato involuntário de ranger ou apertar os dentes -- também deve ter atenção especial e usar o protetor. Antes de iniciar uma prática esportiva, os dentistas orientam ainda realizar uma avaliação odontológica da gravidade dos desgastes dentais e qual o tratamento mais adequado a se fazer para manter a boca e o restante do corpo em equilíbrio antes e depois dos treinos.

Fontes: Arnaldo Hernandez, professor livre docente de medicina do esporte da Universidade de São Paulo (USP) e ortopedista do Hospital Sírio-Libanês; Fabio Kricheldorf, cirurgião dentista especializado em traumatologia buco-maxilo-facial pela (USP) e doutor em implantologia pela Universidade Sagrado Coração (USC); Rodrigo Albuquerque, graduado pela Universidade Estácio de Sá e especialista em Ortopedia Funcional e Ortodontia, diretor do departamento de odontologia do esporte da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) no Rio de Janeiro. 

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