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No supermercado

Um manual para te ajudar a comprar melhor


No supermercado

Qual é o melhor suco pronto que você encontra nas prateleiras do mercado?

Marcia Albuquerque/VivaBem
Imagem: Marcia Albuquerque/VivaBem

Thais Szegö

Colaboração para o VivaBem

14/05/2018 04h00

O consumo do tipo integral é o que mais tem crescido, 36,3% entre 2016 e 2018 ou 10,8% ao ano, chegando a 492 milhões de litros anuais. Foi o que revelou um estudo global sobre o assunto realizado pela Tetra Pak, empresa que fabrica embalagens para alimentos.

Esses resultados mostram a tendência da população escolher cada vez mais produtos naturais. Apesar disso, ainda há muito espaço nas gôndolas e nas casas dos brasileiros para todos os tipos de sucos prontos. Como a gama de opções é muito grande, fizemos um guia para ajudá-lo na hora da compra.

A caixinha e a lata são similares
As duas são herméticas, ou seja, impedem a entrada de luz e oxigênio, fatores que alteram o sabor e levam à perda de nutrientes, como a vitamina C. Graças a elas os micro-organismos também não conseguem chegar ao produto, garantindo a integridade da bebida até a expiração da data de validade. Nesse caso não há a necessidade da utilização de conservantes, pois o processo térmico envolvido no seu envase garante a sua estabilidade.

No caso das de plástico e vidro, é preciso ter atenção
As transparentes permitem a passagem da luz solar, o que pode prejudicar o produto. Entretanto, algumas de plástico recebem componentes que filtram a radiação ultravioleta, mas é difícil saber quais são elas. Aposte nos produtos de marcas conhecidas.

As bebidas acondicionadas no plástico podem ter mais conservantes
Em geral esse tipo de recipiente não suporta temperaturas acima de 55ºC, o que inviabiliza o processo que o preenche com produto aquecido, um processo que garante a esterilização. Nesses casos é necessário lançar mão de substâncias que mantenham a integridade da bebida.

Existem ainda as opções que precisam de refrigeração
A geladeira retarda as reações que podem prejudicar o produto, como a perda de vitaminas, alterações no sabor, etc. Esse detalhe costuma encarecer o produto, mas garante a qualidade e a integridade. Essa informação precisa constar no rótulo.

O seu armazenamento é tão importante quanto a forma como ele é embalado
Os sucos devem ficar em locais frescos e secos e não devem sofrer choques mecânicos ou empilhamento excessivo, por isso é muito importante checar se as embalagens estão intactas.

Três tipos estão disponíveis no mercado brasileiro: suco, néctar e refresco.

O suco integral é o mais saudável
Para receber essa denominação, ele deve ser feito 100% com a bebida extraída da matéria prima, sem adição de água ou açúcar. Existem ainda opções de bebidas que foram diluídas com sucos de outras frutas, como a maçã, e por isso não são consideradas integrais e isso deve estar descrito no rótulo.

Néctar é a versão intermediária
Ele pode ter uma porcentagem de diluição que varia de alimento para alimento. No caso da laranja, por exemplo, deve oferecer 50% da bebida proveniente da matéria-prima e costuma ter um preço mais baixo do que o do suco. Por isso, ele é uma boa opção para quem não quer gastar muito, já que oferece uma boa quantidade de polpa.

O refresco fica na lanterninha
Trata-se a versão bem diluída e muitas vezes é vendida na forma de pó para o cliente acrescentar água. O seu valor é bem baixo, assim como a concentração de suco.

Confira se está levando para casa um suco, um néctar ou um refresco
Isso deve estar bem evidente na embalagem do produto. No caso do suco, cheque se ele é integral, o que também pode estar indicado com a informação de que é feito com 100% de suco da matéria-prima, ou se é diluído com a bebida de outras frutas, pera, maçã ou uva, por exemplo.

Os sucos mistos também estão presentes em grande quantidade nas gôndolas
Com a alteração na legislação que aconteceu há alguns anos, a maioria dos néctares teve que apresentar entre 40 e 50% de suco na sua composição. Porém, nos casos de bebidas com mais de uma fruta a necessidade é de 30%, o que levou muitas empresas a optarem por essa versão, pois seu custo é menor. Por essa razão, eles são uma ótima opção para quem não quer ou não pode gastar muito, mas quer ingerir uma quantidade considerável de suco de fruta. Além disso, algumas matérias-primas mais ácidas ou com sabor mais forte ficam melhores com mais diluição, é o caso do limão e do maracujá.

A questão do açúcar
É muito difundida a ideia de que os produtos desse tipo vendidos prontos têm uma quantidade muito grande desse ingrediente e isso de fato acontece, mas principalmente por causa dos consumidores que preferem bebidas mais doces. No entanto, nesse caso é preciso ter uma visão crítica. Alguns tipos de suco integral, o de uva, por exemplo, pode ter mais açúcar do que a mesma quantidade de refrigerante, mesmo sem ser adoçado. Por isso, o ideal é sempre olhar a lista de ingredientes que é apresentada de maneira decrescente, ou seja, as substâncias presentes em maiores quantidades vêm no início.

Mapa do rótulo

  • Tipo do produto: se é suco integral, suco, néctar ou refresco.
  • % de fruta na formulação
  • Se é necessária refrigeração
  • Quantidade de unidades da fruta usadas no produto. Por exemplo: contém 2 ½ cachos de uva. (Essa informação só está presente em algumas marcas)
  • Se há a adição de açúcares e conservantes (dado que aparece apenas em algumas marcas, a não ser na lista de ingredientes, que deve ser bem detalhada em todos os casos).

No contrarrótulo

  • Lista de ingredientes de maneira decrescente
  • Prazo de validade

Informação nutricional
(200 ml - 1 copo)

Suco integral de uva

  • Valor energético: 145 kcal
  • Carboidratos: 34 g
  • Fibras alimentares: 0 g
  • Sódio: 0 g

Néctar de uva

  • Valor energético: 88 kcal
  • Carboidratos: 22 g
  • Fibras alimentares: 0 g
  • Sódio: 0 g

Refresco de uva

  • Valor energético: 19 kcal
  • Carboidratos: 3,9 g
  • Fibras alimentares: 0 g
  • Sódio: 32 mg

Fonte ouvida pelo VivaBem: Flavio Schmidt, professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

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