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Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Medo de tomar remédios por causa da obesidade fez João perder 50 kg

Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Juliana Vaz

Colaboração para o VivaBem

03/05/2018 04h00

O carioca João Gabriel Oliveira, de 28 anos, sempre lutou contra a balança e chegou a pesar 168 kg. Ao ver um documentário sobre os perigos da obesidade, ele resolveu mudar seu estilo de vida e começou a fazer crossfit e dieta:

“Na infância, eu era louco por basquete. Sempre fui gordinho, mas treinava bastante e isso ajudava não ganhar mais peso. Levei o esporte em paralelo aos estudos até os 16 anos. Porém, quando vi que não me tornaria um atleta profissional, acabei deixando de vez a bola laranja. Aí, não demorou muito para os dígitos da balança subirem. 

João - antes - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Minha rotina passou a ser ficar horas na frente do computador jogando até de madrugada. Meus horários eram todos bagunçados: acordava na hora do almoço, comia besteira o dia todo e tomava dois litros de refrigerante por dia. Nem mesmo a faculdade mudou meus hábitos, chegava da aula e ia direto para o computador.

Sou mais alto que a média dos homens, tenho 1,94 m. Se já chamava atenção das pessoas pelo tamanho, com a obesidade senti ainda mais os olhares de julgamento sobre mim. Virei ponto de referência pela minha aparência. Gente que nem conhecia se aproximava e já me apelidava de “Gordão”. Isso me tornou uma pessoa retraída e tímida.

O sobrepeso afetou minha autoconfiança em diversas situações. Tinha dificuldade nas entrevistas de emprego e, aos 25 anos, não conseguia independência financeira.

Na metade de 2016, assisti a um documentário sobre o americano Joe Cross, que era obeso e gastava dois terços do salário com remédios. Fiquei impressionado com a mudança dele e ao mesmo tempo me questionava sobre o rumo que minha vida estava tomando. Não queria ter problemas de saúde e dificuldades de me aceitar para sempre.

Pesquisei sobre o método do Joe e decidi fazer por dez dias a dieta dos sucos. Estava pesando 168 kg e perdi 1 kg por dia nesse período. A ajuda da minha mãe foi fundamental para que conseguisse fazer esse “detox”, ela entrou na onda e também passou a preparar os suco e tomá-los comigo.

Depois desses 10 dias, percebi que a restrição de comida não ia fazer bem à saúde em longo prazo. Experimentei a Dunkan --rica em proteínas --, mas também achei que limitava demais o cardápio. Então, decidi só controlar melhor a alimentação: deixar de comer salgados, beber refrigerante e ter horários certos para fazer as refeições.  

João - crossfit - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Após correr e fazer musculação, João encontrou no crossfit a motivação para treinar todo dia
Imagem: Arquivo pessoal
Cheguei aos 150 kg e, junto com as mudanças na dieta, jogava basquete quando dava e comecei a correr na praia todos os dias. Mas logo perdi o ânimo de fazer isso sozinho. Tentei musculação, mas o ambiente da academia me desmotivou.

No fim de 2016 conheci o crossfit, fiz algumas aulas, mas a mensalidade alta não me permitiu continuar. No começo do ano seguinte, a empresa em que trabalho criou uma campanha de bem-estar, para que os funcionários formassem grupos para praticar atividade física ou emagrecer. Nessa brincadeira, eu e um colega começamos a fazer exercícios, além de diminuir a quantidade de comida no almoço e ao longo do dia.

Recebi um incentivo da empresa e me matriculei no crossfit. A recepção da coach foi ótima e ela criou um treino adaptado, para me estimular a fazer exercício e não desistir. Em três meses perdi 28 kg só controlando o que comia e treinando. Então, decidi buscar uma nutricionista. Falei que não queria passar fome ou ter grande restrição alimentar, já que as dietas do suco e Dunkan foram drásticas demais.

Quando vi o cardápio cheio de lanches e porções de proteína que adorava comer, quase não acreditei que era uma dieta! Perdi 22 kg em 12 meses, sem sofrer.

Há um ano, faço atividade física todos os dias. O crossfit é dinâmico e a cada treino há um estímulo novo, o que ajuda a manter a motivação. Com 50 kg a menos, ainda estou em um processo de emagrecimento. Minha meta é chegar aos 110 kg, ideal para minha altura.

Mas já conquistei muita coisa com essa mudança de vida. Não me preocupo mais se estão me julgando ou o que pensam sobre a minha aparência. Não tenho mais vergonha de falar com as pessoas e me sinto mais confiante. E também sei que, se continuar com esse estilo de vida saudável, dificilmente terei de gastar dinheiro com remédios para viver.

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