Exercício estimula "gordura boa" a produzir hormônio e queimar calorias
Que o exercício faz bem para o coração, evita diabetes e ajuda a emagrecer todo mundo já sabe. Mas pesquisadores do Joslin Diabetes Center, afiliado à Harvard Medical School, em colaboração com cientistas da Ohio State University, ambos nos Estados Unidos, decidiram investigar as alterações metabólicas que a atividade física emagrece e descobriram uma pista curiosa: o treino aumenta as taxas de um hormônio chamado lipocina 12,13-diHOME, efeito que até então era associado ao frio.
Os cientistas revelaram que a lipocina é liberada pela gordura marrom. Essa gordura é considerada "boa" porque queima calorias, ao contrário da gordura branca --que tem sido associada a doenças cardiovasculares e ao diabetes. O principal objetivo da gordura marrom é converter os alimentos que ingerimos em energia.
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Pesquisas anteriores já mostraram que a exposição ao frio faz com que o lipídio 12,13-diHOME estimule a atividade da gordura marrom em mamíferos e que pessoas com um nível mais alto desse hormônio tenham melhor sensibilidade à insulina e menor índice de massa corporal.
O que o novo estudo descobriu, pela primeira vez, é que o exercício também aumenta os níveis de 12,13-diHOME. Os resultados foram publicados na terça (1) no periódico Cell Metabolism.
Pesquisa foi feita em humanos e em animais
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores mediram os níveis de lipocinas antes do exercício, imediatamente após a atividade e três horas depois no sangue de 27 voluntários masculinos saudáveis --de várias idades. "Quando medido imediatamente após o exercício, o 12,13-diHOME realmente se destacou dramaticamente", diz Laurie Goodyear, autora do estudo. Os cientistas seguiram estudando outro grupo de voluntários, 12 jovens saudáveis (divididos igualmente entre mulheres e homens) sem rotinas regulares de exercícios. Novamente, os níveis de lipocina aumentaram substancialmente durante o exercício.
Outras análises, feitas em camundongos, tiveram resultados semelhantes. "Achamos muito impressionante que quando analisamos as lipocinas durante o exercício, a mesma lipocina que aumentou com o frio também aumentou com o treino", diz Goodyear.
Em seguida, os cientistas removeram a maior parte da gordura marrom dos ratos e descobriram que os níveis de 12,13-diHOME no exercício caíram acentuadamente. "Parece que esse foi o primeiro exemplo de um hormônio liberado da gordura marrom que pode regular alguns dos efeitos metabólicos do exercício", observa a autora.
Descoberta pode ajudar a combater obesidade
Pesquisadores de todo o mundo buscam maneiras de aumentar o gasto de energia e, assim, reduzir a obesidade, impulsionando a atividade da gordura marrom. Agora, Goodyear e seus colegas estão ampliando e aprofundando suas pesquisas sobre o papel dessa e de outras lipocinas durante o exercício, em cortes humanos maiores, bem como em estudos adicionais em animais. "Quanto mais conhecimento tivermos sobre o exercício e como ele funciona, melhor podemos entender como combater a obesidade", diz ela.
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