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Cientistas desenvolvem biópsia de tumor cerebral que não envolve cirurgia

Técnica pode eliminar a necessidade de cirurgia em pacientes com tumor no cérebro Imagem: Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo

26/04/2018 13h49

Pacientes que precisam passar pela biópsia de um tumor cerebral sabem o quanto esse procedimento é complicado e invasivo. Mas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Washington (EUA) desenvolveu uma maneira inovadora que pode dispensar a necessidade de cirurgia.

O método é capaz de detectar biomarcadores tumorais por meio de um exame de sangue. Ele revela a quantidade de RNA mensageiro (mRNA) na corrente sanguínea, dando aos médicos informações específicas para melhorar o diagnóstico e tratamento do câncer cerebral. A técnica foi desenvolvida em ratos, mas procedimentos semelhantes já são utilizados em humanos para identificar outros tipos de câncer. 

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Os resultados do estudo foram publicados na Scientific Reports. Seus autores ressaltam que, apesar dos especialistas já saberem como passar uma droga através da barreira hematoencefálica com a ajuda da corrente sanguínea, nenhum cientista --até o momento -- encontrou uma maneira de liberar biomarcadores específicos para o tumor do cérebro para o sangue --nesse caso, o (mRNA). 

Eles testaram sua teoria em um modelo de camundongo usando dois tipos diferentes do tumor cerebral de glioblastoma mortal, que foi atacado com ultrassom focalizado, uma técnica que usa energia ultrassônica para atingir tecidos profundos no corpo sem incisões ou radiação. É semelhante a uma lente de aumento que pode focalizar a luz do sol em um ponto minúsculo. Só que essa ultrassonografia concentra a energia do ultrassom em um pequeno ponto no fundo do cérebro.

Uma vez que tinham o alvo --o tumor cerebral --, os pesquisadores injetaram microbolhas, semelhantes às células vermelhas do sangue, que viajaram pela corrente sanguínea. Quando essas microbolhas atingiram o tumor, elas estouraram, causando pequenas rupturas da barreira hematoencefálica. Isso permitiu que os biomarcadores do tumor cerebral passassem por ela, sendo liberados na corrente sanguínea. Assim, uma amostra de sangue foi capaz de determinar os biomarcadores no tumor.

Medicina personalizada

Ter a capacidade de monitorar os eventos moleculares mutantes do tumor de forma contínua permite não apenas diagnosticá-lo, como também saber sua resposta a diferentes tipos de tratamento. E, uma vez que a barreira hematoencefálica foi aberta, os médicos conseguem entrar com drogas contra o tumor cerebral.

"Os médicos também podem coletar o sangue e detectar o nível de expressão dos biomarcadores no paciente. Isso permite que eles realizem caracterizações moleculares do tumor cerebral a partir de uma coleta de sangue e orientem a escolha do tratamento para pacientes individuais", diz o estudo.

A equipe continua trabalhando para refinar o processo. O futuro exigirá integração com sequenciamento genômico avançado e bioinformática para permitir diagnósticos ainda mais refinados. Esses esforços estão sendo liderados pelos co-autores do estudo Allegra  Petti, professor assistente de medicina, e Xiaowei  Wang, professor associado de radiação oncológica.

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