Novo exame de ressonância ajuda a diagnosticar distúrbios psicológicos
Como saber se alguém tem depressão ou transtorno bipolar? Geralmente, os médicos avaliam essas doenças com base em sintomas e comportamentos relatados pelos próprios pacientes. No entanto, uma nova pesquisa mostrou que um exame cerebral chamado ressonância magnética de conectividade funcional pode ser usado para distinguir pessoas saudáveis de pessoas com doenças ou distúrbios cerebrais e fornecer informações sobre as variações na capacidade cognitiva e traços de personalidade.
Embora o potencial da técnica para identificar distúrbios e doenças cerebrais tenha sido observado anos atrás, os testes diagnósticos baseados nesse exame ainda não chegaram aos consultórios médicos. O progresso tem sido frustrado pela confusão sobre se os exames refletem características fundamentais e estáveis do cérebro, ou se eles mudam a cada pensamento passageiro. Mas esse novo estudo mostrou que eles não mudam e sim que mostram as características de cada indivíduo.
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Publicada no periódico Neuron na quarta-feira (18), a pesquisa analisou dados de mais de 10 horas de varreduras em nove pessoas, enquanto elas realizavam tarefas relacionadas à visão, memória, leitura ou habilidades motoras ou descansavam em silêncio.
Varreduras funcionais de ressonância magnética geram um mapa da superfície externa do cérebro, mostrando mudanças de pontos de atividade ao longo do tempo. Os cientistas dividiram a superfície do órgão em 333 regiões e identificaram áreas que se tornaram ativas e inativas em uníssono, mostrando padrões de correlação entre partes do cérebro.
A grande quantidade de dados disponíveis sobre cada pessoa permitiu que os pesquisadores analisassem o quanto as redes cerebrais de um indivíduo mudavam de um dia para outro e com diferentes tarefas mentais. A resposta, no entanto, foi que elas não mudavam. "As redes cerebrais captadas pelo exame são realmente sobre o indivíduo", explica a autora do estudo Caterina Gratton. "Se alguém está assistindo a um filme ou pensando em seu café da manhã ou movendo suas mãos faz apenas uma pequena diferença. Você ainda pode identificar esse indivíduo por suas redes cerebrais com um olhar."
Além disso, os pesquisadores descobriram que a técnica era poderosa o suficiente para distinguir pessoas que eram extraordinariamente parecidas. Todos os cérebros escaneados pertenciam a cientistas e médicos jovens e saudáveis. Isso ajudaria a distinguir pessoas saudáveis de pessoas com doenças ou distúrbios cerebrais.
"Precisamos de mais dados antes que possamos saber qual é a variação normal na população em geral", ressalta Gratton. "Mas as diferenças individuais foram realmente fáceis de aprender, mesmo em uma população que é muito semelhante. É estimulante pensar que essas diferenças individuais possam estar relacionadas à personalidade, capacidade cognitiva ou doença psiquiátrica ou neurológica. Graças a esse trabalho, sabemos que temos uma ferramenta confiável para estudar essas possibilidades."
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