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Cientistas descobrem por que o estresse engorda

Estresse pode engordar - iStock
Estresse pode engordar Imagem: iStock

Do VivaBem

05/04/2018 21h18

O estresse é considerado um dos maiores vilões da atual epidemia de obesidade. Um estudo publicado em 2017 no periódico Obesity já havia mostrado que adultos que são cronicamente estressados estão mais propensos à obesidade persistente. Agora, cientistas descobriram a razão pela qual esses dois problemas estão relacionados.

Liderados por Mary Teruel, professora-assistente de química e biologia na Escola de Medicina da Universidade de Stanford, na Califórnia, Estados Unidos, os pesquisadores observaram um processo natural pelo qual o corpo produz células adiposas. Após alguns experimentos, descobriram que o aumento de um tipo de hormônio à noite ou o estresse crônico fazem com que mais células de gordura sejam produzidas e, consequentemente, você ganhe peso.

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De acordo com os cientistas, uma pessoa normal transforma no máximo 1% de suas células progenitoras (estado intermediário entre uma célula-tronco indiferenciada e uma totalmente diferenciada) em células de gordura. Isso ocorre com a ajuda de hormônios chamados glicocorticoides.

Os glicocorticoides são produzidos pelo corpo para aliviar a inflamação. Os níveis desses hormônios naturalmente aumentam e diminuem ao longo do dia, em um ciclo regulado por nosso ritmo circadiano. Mas esses hormônios também podem ser produzidos por estímulos externos, como o estresse de curto ou longo prazo.

Como esses hormônios aumentam conforme o ritmo circadiano, a dúvida que pairou entre os cientistas foi “por que não estamos nos afogando em gordura toda vez que o nível de glicocorticoides aumenta pela manhã ou quando nos exercitamos ou saímos de um prédio aquecido para o frio?".

Para descobrir as respostas, os pesquisadores realizaram várias experiências. Na primeira, a equipe banhou as células de gordura precursoras em um coquetel de glicocorticoides em "pulsos rítmicos" durante um período de quatro dias. Eles contaram quantas células progenitoras se transformaram em células adiposas e descobriram que um pulso longo de 48 horas dos hormônios fazia com que a maioria das células se transformasse em células de gordura, enquanto pulsos mais curtos levavam à diferenciação celular mínima.

Em outro estudo, ao longo de 21 dias, os cientistas aumentaram os níveis desses hormônios em um grupo de camundongos e compararam seu peso com o de um grupo controle de roedores. O experimento revelou que os camundongos estimulados com glicocorticoides ganharam o dobro do peso em relação ao grupo controle.

Os resultados, diz Teruel, explicam porque os tratamentos com drogas glicocorticoides, que são muitas vezes essenciais para as pessoas com artrite reumatoide e asma, estão tão ligados à obesidade e sugerem maneiras pelas quais esses tratamentos podem ser administrados com segurança, sem os efeitos colaterais comuns de ganho de peso e perda óssea.

"Nossos resultados sugerem que mesmo se você ficar muito estressado ou tratar a artrite reumatoide com glicocorticoides, não vai ganhar peso", continua a autora, "desde que o estresse ou o tratamento com glicocorticoides aconteçam apenas durante o dia. "Mas se você experimentar estresse crônico e contínuo ou tomar glicocorticoides à noite, a perda resultante de oscilações normais nos ritmos circadianos desses hormônios resultará em ganho de peso significativo."

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