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Uso prolongado de antibiótico aumenta o risco de morte em mulheres

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Imagem: iStock

Do VivaBem

26/03/2018 12h54

Antibióticos são comumente prescritos por médicos. No entanto, seu uso está ligado a mudanças na microbiota intestinal, que são associadas a uma variedade de distúrbios que ameaçam a vida, como doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer --pelo menos em mulheres--, segundo um novo estudo apresentado em uma conferência da American  Heart  Association, na última quinta-feira (22).

Para a pesquisa, os cientistas investigaram como o uso de antibióticos em diferentes momentos da vida adulta pode estar relacionado ao risco de morte. Eles estudaram dados de mais de 37 mil mulheres com 60 anos ou mais, entre 2004 e 2012. Após a análise, os pesquisadores descobriram que tomar antibióticos por pelo menos dois meses seguidos a partir dos 40 anos estava relacionado a um aumento de 27% no risco de morte por todas as causas, em comparação com as participantes que não ingeriram o remédio.

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As mulheres que tomaram antibióticos por dois meses ou mais também apresentaram um risco 58% maior de morte por problemas cardíacos, em comparação com mulheres que não tomaram a medicação. Essas associações ainda eram fortes quando fatores como estilo de vida, dieta, obesidade e uso de outros medicamentos eram levados em conta.

De acordo com a co-autora do estudo, Lu Qi, professora de epidemiologia na Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, a exposição aos antibióticos afeta o equilíbrio e a composição do microbioma intestinal, mesmo anos após a pessoa ter parado de tomar o medicamento.

A relação do remédio com a alteração das bactérias existentes no trato intestinal, no entanto, não é novidade. Um estudo publicado em 2015 no periódico mBio relatou que um único ciclo de antibióticos pode afetar a diversidade do microbioma intestinal por um ano. Na época, os autores desta pesquisa concluíram que os antibióticos só devem ser usados quando "realmente, realmente necessário".

Mais descanso e menos antibiótico

Em outubro último, o Ministério da Saúde do Reino Unido recomendou aos médicos do país que receitassem mais descanso e menos antibióticos aos pacientes. De acordo com o órgão, cerca de um quinto dos antibióticos naquele país são usados desnecessariamente, para doenças que seriam curadas sozinhas.

Também já é sabido que o uso desenfreado de antibióticos tem criado bactérias resistentes e que o uso indevido do medicamento pode matar 10 milhões de pessoas até 2050. Recentemente, um novo estudo também mostrou que quase 30% dos antibióticos prescritos a crianças internadas no mundo foram destinados a diminuir os riscos de uma possível infecção e não para tratar doenças.

Portanto, vale avaliar, junto com seu médico, se o uso do remédio é realmente necessário.

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