Bactérias do intestino podem causar câncer colorretal
A microbiota toma cada vez mais espaço nas pesquisas relacionadas à saúde, ajudando na busca por tratamentos para ansiedade, psoríase e até obesidade. No entanto, alguns desses micróbios não são tão bonzinhos assim.
De acordo com um estudo publicado na revista Science na quinta-feira (1), dois tipos de bactérias comumente encontradas no intestino trabalham juntas para alimentar o crescimento de tumores colorretais.
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Segundo a pesquisa, certas estratégias preventivas podem ser efetivas no futuro, como procurar a bactéria no cólon de pessoas por meio da colonoscopia.
"Eu não posso garantir que essas bactérias serão o santo graal do câncer de cólon, mas devem estar no topo da lista de possíveis culpados”, disse Christian Jobin, professor de medicina da Universidade da Flórida, que estuda bactérias na região do trato gastrointestinal, ao "The New York Times".
Cientistas não esperavam descoberta
A principal pesquisadora do estudo, Cynthia Sears, especialista em doenças infecciosas, e seus colegas estavam examinando uma toxina produzida pela bactéria Bacteroides fragilis, uma causa comum de diarreia.
No entanto, durante o estudo, a toxina danificou o DNA e desencadeou alterações cancerosas nas células epiteliais, dando origem ao câncer de cólon. Quando os investigadores colocaram essas bactérias secretoras de toxina em camundongos, os cólons dos animais ficaram manchados com tumores.
Depois, os pesquisadores ainda descobriram que um tipo de E. coli também pode causar a doença. Juntas, essas bactérias podem perfurar um escudo de muco que reveste o cólon e normalmente bloqueia invasores de entrar. Uma vez que elas ultrapassam a barreira protetora, as bactérias crescem, cobrindo o revestimento intestinal com colônias dos micróbios.
A E. coli, em seguida, libera uma toxina que danifica o DNA das células do cólon, enquanto a B. fragilis produz outro veneno que danifica o DNA e inflama as células. Juntas, elas aumentam o crescimento de tumores.
Antibióticos não seriam a solução
Agora, Cynthia está examinando o tecido do cólon de cada paciente com uma colonoscopia. Ela espera rever 2.000 amostras de patologia.
Mas, de acordo com os cientistas, é muito cedo para pensar em usar os resultados atuais para proteger as pessoas contra esse tipo de câncer. "Você poderia tentar eliminar os erros", disse o professor Jobin. "Isso é fácil de dizer, mas difícil de fazer. Os antibióticos provavelmente farão mais danos do que bem."
Segundo ele, esses medicamentos matam uma grande variedade de bactérias no intestino, muitas das quais são necessárias para a saúde do corpo.
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