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Dar "choquinhos" no cérebro ajuda a melhorar a memória

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

29/01/2018 19h00

Usar estimulação elétrica de baixa intensidade em uma área específica do cérebro pode melhorar a memória verbal em curto prazo. Quem fez a descoberta foram pesquisadores da Mayo Clinic, que notaram que a recuperação das palavras foi reforçada com a estimulação do córtex temporal lateral do cérebro, ali perto do ouvido. O tratamento é parecido com os "choquinhos" aplicados por fisioterapeutas para acelerar a recuperação de lesões ortopédicas. 

Os pacientes recordaram mais palavras de uma lista visualizada anteriormente quando a estimulação elétrica de baixa amplitude foi feita no cérebro. Um paciente, inclusive, chegou a relatar que havia ficado mais fácil imaginar as palavras em sua mente para se recordar delas.

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"A descoberta mais emocionante foi que a nossa memória para a informação do idioma pode ser melhorada estimulando diretamente esta área cerebral subexplorada", explicou Michal Kucewicz, Ph.D., pesquisador da Clínica Mayo no Departamento de Neurologia e um dos autores do trabalho, em entrevista ao Science Daily. O Dr. Kucewicz comparou a estimulação com o ato de "fazer cócegas" no cérebro.

A deficiência de memória é um problema prevalente e dispendioso em várias doenças cerebrais. Medicação e terapias comportamentais têm eficácia limitada em muitos casos. "Enquanto a estimulação elétrica do cérebro está emergindo como terapia potencial para uma ampla gama de doenças neurológicas e psiquiátricas, pouco se sabe sobre seu efeito na memória", ressaltou Gregory Worrell, outro autor do estudo.

O próximo passo para esse projeto é determinar como aplicar melhor a corrente elétrica em termos da localização exata no cérebro, tempo e parâmetros de estimulação. Os autores concentraram seu estudo em quatro áreas do cérebro conhecidas por apoiar memória para fatos e eventos que podem ser lembrados conscientemente.

Como foi

O teste de memória foi feito com pacientes submetidos a avaliação para cirurgia com o objetivo de tratar convulsões. Eles concordaram em ter sua memória investigada usando os eletrodos implantados em seus cérebros para avaliação cirúrgica. É comum que as pessoas com epilepsia tenham problemas de memória porque os circuitos cerebrais subjacentes à função de memória são frequentemente afetados pela enfermidade.

No estudo, os pacientes foram instruídos a ler uma lista de palavras --uma de cada vez-- em uma tela de computador. A estimulação elétrica foi aplicada durante algum tempo. Os pacientes, então, tentaram recordar livremente as palavras em qualquer ordem.

Entre os 22 pacientes, os pesquisadores encontraram melhor desempenho de memória nos quatro com estimulação do córtex temporal lateral, mas não entre aqueles com outras regiões do cérebro estimuladas. A descoberta pode levar a novos dispositivos de estimulação que tratam déficits na memória e na cognição.

Os autores observam que as limitações do estudo incluem medicamentos para dor e convulsão que podem afetar o desempenho do paciente, o ambiente hospitalar que pode interromper os ciclos de sono dos pacientes e o fato de que a epilepsia afeta a memória.

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