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Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Aos 41, ela superou um acidente, emagreceu 21 kg e virou fisiculturista

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Imagem: Reprodução/Instagram

Thamires Andrade

Do VivaBem, em São Paulo

25/01/2018 04h01

Roberta Korzeniowski, 44, fazia shows de samba nos EUA. Sua vida mudou depois de sofrer um acidente de carro. Além de ficar meses sem andar, ela engordou 26 kg. Abaixo, Roberta conta como venceu as dores e os medos, voltou para academia e ainda virou fisiculturista:

"Nunca fui gorda, nem magra. Tinha um físico normal, mas sempre pratiquei atividade física. Trabalhava em uma companhia de dança nos EUA com outras três americanas e fazíamos um show de carnaval e samba. 

Roberta Korzeniowski emagreceu 21 quilos e virou fisiculturista - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram
Como era a mais velha das três, em 2011, vi que precisava tonificar meu corpo. Dançava de biquíni, não queria ficar com nada balançando. Coloquei silicone e, em fevereiro de 2012, comecei a malhar com um professor. Ele treinava fisiculturistas e sugeriu que eu participasse de uma competição. Essa não era minha meta, mas vi que meu corpo estava mudando e entrei com tudo nesse mundo. Em junho, já estava competindo, mas estava muito magra e queria ficar com mais curvas.

Só que em maio de 2013 minha vida mudou completamente. Um senhor bateu no meu carro, bem de frente. Tive ferimentos graves e fiquei praticamente um ano fazendo fisioterapia. Não podia mais trabalhar, estava proibida de dançar. Uma das consequências do acidente foi uma série de hérnias de disco que estavam pressionando o nervo ciático. Não sentia os dedos das mãos e não conseguia ficar muito tempo em pé.

Nesse período de recuperação, tentei manter uma dieta saudável, mas um acontecimento desses mexe demais com o emocional da gente. Eu era tão ativa e, de repente, precisei ficar acamada e estava cheia de dores. Ganhei 26 kg em quase um ano. Se eu não tivesse cuidado da alimentação, acho que teria engordado muito mais.

Roberta Korzeniowski emagreceu 21 quilos - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram
Na minha recuperação, fiz fisioterapia três vezes por semana e não podia treinar. Em março de 2014, o neurologista me deu alta para voltar para a academia bem devagar. Ele orientou que eu prestasse atenção nas dores e o avisasse se não sentisse os dedos, por exemplo, pois poderia precisar de mais cirurgias.

Em abril, comecei a treinar com um coach de fisiculturistas que eu tinha conhecido durante uma das competições que participei. Em princípio, minha ideia nem era focar no físico, mas em acabar com minhas dores e voltar a andar normalmente. Sentia dor 24 horas por dia e me livrar dela seria o maior presente. Voltar a forma seria só uma consequência que me deixaria ainda mais feliz.

No começo, foi difícil retomar a atividade física. Estava acostumada a pegar pesado e levantar pesos de 2 kg fazia com que eu me sentisse derrotada e incapaz. Tinha medo de pegar pesado e ficar com algum problema. Mas sou muito persistente e pensei que se eu não fizesse naquele momento, não faria mais. Aprendi a vencer a barreira da dor e do medo para atingir meu objetivo.

Roberta Korzeniowski competição de fisiculturismo - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram
Quando comecei, estava com 77 kg e 36% de gordura corporal. Ele me passou um treino e uma dieta com seis refeições por dia. Estava liberado comer quase tudo, mas sempre com moderação. Podia consumir vegetais e carboidratos, como batata-doce e arroz integral. As proteínas eram carne, peixe, frango, vieiras e camarão. Não era uma refeição muito diferente das que eu fazia quando competia, mas tinha uma variedade maior, então, não foi difícil virar a chave. Passei um ano sem qualquer refeição livre, mas foi tranquilo. Estava tão focada em perder peso que nem me importei.

Fiquei surpresa com os resultados, pois não esperava voltar a ter meu corpo de antes. Após sete, oito meses da dieta, ganhei pernão, bumbum e fiquei com o braço mais definido. Era isso que eu queria. Um ano depois que comecei essa jornada, fui competir e estava com 56 kg e 10% de gordura corporal. Desde então, já participei de oito competições e virei atleta, disputando na categoria wellness (em que ter um corpo bonito e saudável é mais importante do que ter músculos).

Depois da competição, o nutricionista liberou uma refeição no “dia do lixo”, mas não exagero. Como não gosto de fazer exercícios aeróbicos, prefiro manter a dieta. Claro que não vou negar que, de vez em quando, surge aquela vontade incontrolável de comer um doce, mas sempre que isso acontece, como um pedacinho de barra de proteína, escovo os dentes e tomo muita água para aumentar a saciedade".