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Se jogou nos doces? Pesquisa sugere que "coma de açúcar" realmente existe

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

14/01/2018 15h44

Um experimento de uma equipe colaborativa de cientistas de alimentos e psicólogos sugere que a piada do "coma de açúcar", uma perda temporária da função cognitiva superior após a pessoa comer quantidades abundantes de doces processados (ou aquele momento que você fica bem lerdo após esse tipo de refeição) --pode ser fundamentado de fato.

As descobertas, publicadas na revista Physiology & Behavior, são adicionadas a uma longa lista de razões pelas quais o açúcar refinado é ruim para nosso corpo. 

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Para avaliar seu impacto sobre nosso desempenho mental, pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, administraram um conjunto de testes de cognição em 49 voluntários, 20 minutos após eles terem ingerido um dos três tipos de açúcar: glicose, frutose, sacarose ou um adoçante artificial (sucralose) como controle.

A glicose e a frutose são açúcares de uma única molécula, chamados monossacarídeos, enquanto a sacarose, também conhecida como açúcar de mesa, é uma molécula maior composta de glicose e frutose. Os testes incluíram três tarefas conhecidas por empregar o córtex pré-frontal do cérebro - a área associada ao pensamento e a resolução de problemas.

Os autores descobriram que indivíduos que obtiveram resultados significativamente menores nos testes ingeriram uma bebida contendo glicose ou sacarose em comparação com quem recebeu frutose ou placebo. Os efeitos prejudiciais destes dois açúcares ainda aumentaram no caso de pessoas que consumiram a bebida após um jejum de 10 horas.

"Nosso estudo sugere que o 'coma de açúcar'- no que diz respeito à glicose - é realmente um fenômeno real, onde os níveis de atenção parecem diminuir após o consumo de um produto contendo glicose", disse o autor do estudo, Mei Peng, à PsyPost.

Combustível útil

Embora a frutose e a glicose sejam absorvidas diretamente na circulação sanguínea do intestino delgado, as células cerebrais usam principalmente a glicose para satisfazer sua demanda de alta energia. O corpo deve dividir a sacarose em monossacarídeos e converter as moléculas de frutose em glicose, antes que o combustível consiga passar pela barreira hematoencefálica.

Apesar da confiança do cérebro na glicose, alguns dados recentes mostram que aumentos rápidos nos níveis sanguíneos podem levar a déficits cognitivos. Pessoas com diabetes, que vivenciam uma vida com níveis de açúcar instáveis, são conhecidas por terem elevado risco de demência.

Embora interessantes, essas descobertas estão longe de serem conclusivas. Um exemplo são as pesquisas anteriores, apontando que a ingestão de glicose imediatamente antes de um teste realmente melhorou o tempo de resposta e a memória em adultos em jejum. Além disso, as bebidas utilizadas apresentaram conteúdo calórico diferente, o que significa que os níveis de energia total não foram padronizados.

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