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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Em caso raro de febre amarela, jovem faz transplante de fígado

Gabriela Santos provavelmente contraiu o vírus em Mairiporã - Arquivo Pessoal
Gabriela Santos provavelmente contraiu o vírus em Mairiporã Imagem: Arquivo Pessoal

Gabriela Ingrid

Do VivaBem

04/01/2018 04h00

A engenheira civil Gabriela Santos, 27 anos, teve que fazer um transplante de fígado em decorrência de febre amarela, em São Paulo.

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Segundo a prima da jovem, Fran Luz, em 15 dias, a doença desencadeou uma hepatite fulminante e Gabriela teve de realizar uma cirurgia de emergência. Hoje, ela completa o quinto dia de monitoramento após o transplante, mas ainda continua na UTI sedada e fazendo diálise, pois a doença também comprometeu seus rins.

Gabriela estava em um mutirão para uma construção em Mairiporã, um dos focos da doença, no dia 16 de dezembro, quando provavelmente foi picada pelo mosquito transmissor. Sem imunização para a doença e apenas usando repelente, ela contraiu o vírus, que se espalhou rapidamente pelo corpo.

Os primeiros sintomas apareceram no dia 20 de dezembro, quando Gabriela apresentou febre alta e fadiga. No dia seguinte, procurou uma Unidade de Assistência Médica Ambulatorial e foi diagnosticada com dengue, doença comumente confundida com a febre amarela, devido à semelhança dos sintomas. Só foi cogitada a febre amarela quando os exames indicaram alterações no fígado e a paciente apresentou olhos e pele amarelados, seis dias após o primeiro diagnóstico.

Aedes - iStock - iStock
Os mosquitos transmissores da doença (Aedes aegypti e Aedes albopictus) são os mesmos da dengue
Imagem: iStock

Fígado é o principal órgão atacado pelo vírus da febre amarela; precisar de transplante é raro

“A febre amarela é como uma forma de hepatite, afetando principalmente o fígado”, diz Celso Granato, infectologista e professor da Unifesp. “Mas, diferente dos vírus da hepatite, na febre, eles também acometem outros órgãos, como baço, rins e coração.”

De acordo com Granato, o processo de evolução da doença é rápido, por isso é importante o diagnóstico precoce. Entretanto, a confusão de sintomas atrapalha sua identificação.

Além dos mosquitos transmissores da doença (Aedes aegypti e Aedes albopictus), a febre amarela tem em comum com a dengue a maior parte dos sintomas, confundindo pacientes e até mesmo médicos. Febre, dores e mal-estar são sinais iniciais.

“No entanto, na febre, parte das pessoas começam a ter sangramento e, se o paciente tiver histórico de ter frequentado algum lugar com foco da doença e não foi vacinado, já facilita o diagnóstico”, diz Granato.

Apesar de não ter tratamento, a doença pode ser controlada. O intuito é garantir que a pessoa sobreviva e tenha tempo de produzir anticorpos para atacar o vírus. Como não há medicação, o "tratamento" depende do estágio da doença. Podem ser indicadas transfusões de sangue, entubação e, como foi o caso da Gabriela, um transplante. "Mas eu nunca ouvi falar de casos em que foi preciso este último,” explica o infectologista.

Segundo Granato, se a pessoa se mantiver viva, o organismo produz anticorpos e as células brancas destroem o vírus. Se o corpo destruir o vírus a tempo, essas células conseguem se multiplicar e o fígado se reconstitui. Contudo, no caso da jovem, não houve tempo hábil para que isso ocorresse, sendo indicado o transplante.

Vacina - iStock - iStock
São Paulo vai passar a aplicar doses fracionadas de vacina contra febre amarela no próximo mês. A medida também deve ser seguida pelos Estados do Rio e da Bahia
Imagem: iStock

Vacinação é essencial para prevenção

Repelente, telas nas janelas e roupas que cobrem braços e pernas ajudam a minimizar os riscos de contrair febre amarela. Mas a maneira mais eficiente de se proteger é a vacina.

Existem dois tipos diferentes de imunização: a de dose única, suficiente para imunizar adultos pelo resto da vida; e a fracionada, que protege por até nove anos. Esta última será adotada em São Paulo a partir de fevereiro, para que o Estado consiga vacinar o maior número de pessoas possíveis. Bahia e Rio de Janeiro também devem adotar a medida.

Feita com vírus vivo e atenuado, a vacina é aplicada intramuscular. Os efeitos adversos são raros, o mais comum é ter dor no corpo uma semana após a imunização.

Não podem receber a dose pessoas com baixa imunidade -- em tratamento de câncer ou transplantados, por exemplo --, crianças com menos de seis meses, mulheres grávidas e alérgicos a ovos. Pessoas acima de 65 anos só devem receber a vacina com indicação médica.

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