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"Quase precisei amputar o braço após soltar um rojão"; veja cuidados

Apesar do belo espetáculo, eles podem ser perigosos. - Getty Images
Apesar do belo espetáculo, eles podem ser perigosos. Imagem: Getty Images

Vivian Ortiz

Do VivaBem, em São Paulo

31/12/2017 04h00

Corinthians e Internacional jogavam a final Copa do Brasil de 2009 em Porto Alegre (RS), quando Edson Ramos Tavares, 50, se reuniu com os amigos para ver o jogo na região da Brasilândia, em São Paulo (SP).

Empolgado com a partida, e com o fato de seu Timão já ter vencido o primeiro jogo (o clube acabou sendo campeão), ele decidiu estourar fogos de artifício. Foi aí que deu tudo errado. "Quase precisei amputar o braço", conta Edson.

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Ele acabou perdendo "apenas" três dedos da mão direita (mindinho, indicador e dedão), passou dois meses internado e ainda precisou se dedicar dois anos ao tratamento, entre novas cirurgias e terapias com psicólogos e infectologistas.

Edson Ramos - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Edson Ramos
Imagem: Arquivo pessoal

"Quando acendi e vi que o rojão não subiu como deveria, meus amigos começaram a gritar para eu jogá-lo longe, mas pensei que mataria muita gente se fizesse isso. Só segurei e esperei. O rojão estourou na direção do piso e, na hora, já percebi dois dedos jogados no chão", conta.

O episódio mudou completamente a vida do ex-jogador de futebol profissional, que na época já estava aposentado dos campos. "Os médicos nunca tinham visto algo assim", conta. "Hoje os caras tiram sarro e me chamam de Capitão Gancho, mas sempre reforço para meus filhos e netos: nunca soltem rojões", ressalta.

Perigo nas festas

A Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) fez uma pesquisa sobre o assunto e descobriu que os atendimentos aumentam cerca de 45% nos serviços de emergência dos hospitais durante as celebrações de Ano-Novo. São queimaduras nas mãos, braços e rosto, lacerações e amputação de dedos, além de lesões nas córneas e até surdez devido aos fogos de artifícios.

Em entrevista ao VivaBem, Antonio Carlos da Costa, diretor da entidade, lembra que, quanto mais potente o rojão, mais grave costuma ser o caso. "As pessoas esquecem quão importante são as mãos em nossas vidas e que, sem elas, fica difícil fazer quase tudo, desde comer, se vestir ou até mesmo ir ao banheiro", lembra o médico. "Muitas vezes nem é possível mais consertar o estrago, o que leva a uma amputação ou a perda da funcionalidade do membro".

De acordo com SBMC, os acidentes acontecem tanto com crianças quanto com adultos, que costumam apresentar lesões mais graves, por manipularem fogos mais potentes. "Já os pequenos geralmente apresentam queimaduras de primeiro e de segundo grau", lembra o médico.

O que fazer?

Em caso de um acidente do tipo, o especialista orienta que a vítima não deve se automedicar, mas sim ser encaminhada imediatamente ao hospital. "No máximo, deve lavar com água limpa o ferimento, cobrir com um pano seco e limpo, elevar a região para que o diminuir o sangramento e o mais rápido possível antes do atendimento", orienta.

No entanto, a recomendação de Costa é passar longe desse tipo de artefato. "O melhor é contratar uma empresa séria e que tenha registro de funcionamento legalizado para fazer esse tipo de trabalho", destaca Costa. "Eles provavelmente vão colocar os explosivos o mais longe possível e deixar todos em segurança".

Segundo ele, mesmo os fogos de artifícios que são considerados seguros, podem ser potentes o suficiente para causar queimaduras e machucar a mão da pessoa. "O melhor é evitar 'brincar' com isso", diz.

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