Depressão pós-parto pode ter uma causa biológica, diz estudo
Apesar de ainda pouco divulgada, a depressão pós-parto afeta uma em cada quatro brasileiras, segundo um estudo publicado em 2016 no periódico Journal of Affective Disorders. No entanto, o problema ainda é mal compreendido pela ciência -ou pelo menos era.
Após testes em camundongos, pesquisadores da Tufts University, nos Estados Unidos, identificaram o que poderia ser uma causa biológica para a condição em alguns pacientes.
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Publicado no periódico Psychoneuroendocrinology, o novo estudo gira em torno do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), responsável pela liberação do hormônio adrenocorticotrófico, que desencadeia uma resposta de luta ou fuga a um estresse. De acordo com os cientistas, parece que durante a gravidez essa resposta é supostamente suprimida para proteger o feto do estresse.
Os testes mostraram que, quando o eixo HHA não está funcionando normalmente, ele pode desencadear comportamentos semelhantes à depressão pós-parto em camundongos.
Ratos com esse hormônio desregulado estavam muito mais estressados durante a gravidez e não apresentaram redução na ansiedade após o parto. Eles também estavam mais relutantes em cuidar de seus filhotes, aproximando-se deles de forma mais devagar e gastando menos tempo com os bebês
Este mecanismo ainda não foi demonstrado em seres humanos, mas existem observações clínicas que relacionaram o eixo HHA disfuncional à depressão pós-parto. Se a mesma relação existir em humanos, isso poderia levar a uma maneira mais eficaz de tratar a doença.
"Precisamos aprender muito mais sobre esse sistema, mas acreditamos que nosso modelo será útil para testar novos compostos terapêuticos para a depressão pós-parto", disse o neurocientista Jamie Maguire, da Tufts University.
Depressão pós-parto também afeta os bebês
A doença é diferente do "baby blues", conhecida como a fase logo após o parto em que a mãe se sente mais deprimida. A depressão pós-parto não somente é mais duradoura como também pode se aprofundar em uma sensação de inutilidade, fadiga, ansiedade, incapacidade de se relacionar com o bebê e até pensamentos suicidas.
E isso não afeta apenas a mãe, já que o problema também tem relação com dificuldades de desenvolvimento e comportamento na criança.
Segundo um estudo, cerca de 23% das mulheres que apresentam alterações de humor após o parto, como ansiedade e depressão, não relatam seus sintomas para o médico. Isso se deve também ao fato de a condição ainda ser tão mal compreendida.
Felizmente, a descoberta de um mecanismo biológico relacionado ao problema pode finalmente dar aos cientistas uma melhor compreensão do que faz com que algumas mulheres tenham a condição, além de ser um passo a mais no desenvolvimento de medicamentos eficazes.
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