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Adulto também precisa de vacina, mas falta de informação diminui imunizados

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Imagem: iStock

Thiago Varella

Do VivaBem, em São Paulo

15/12/2017 04h00

O surto de febre amarela em macacos em várias partes do país fez com que muitos adultos fossem procurar a vacina contra a doença em postos de saúde. Muitas prefeituras, inclusive, fizeram mutirões de imunização. Algo parecido já havia ocorrido com a gripe.

Se você correu até o postinho e garantiu sua vacina, ótimo. A febre amarela não é mais um risco. Dá até um alívio, não? Mas, em relação à coqueluche? Ao tétano? À hepatite B? Você tem certeza que está com a carteirinha em dia? E não estou falando das vacinas que tomou quando criança. Adolescentes e adultos também precisam se imunizar.

Não sabia? Pois, você não está sozinho nessa. Uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos Mori, encomendada pela GSK, revelou que um terço dos adultos com mais de 18 anos se considera "não muito" ou "não são conhecedores" sobre as vacinas disponíveis para esta faixa etária.

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Entre adultos sem filhos, o índice chega aos 45%. Dentre os entrevistados, 64% não estão com a vacinação totalmente em dia. Entre os adultos que não estão com a vacinação totalmente em dia, quase dois terços (63%) justificaram dizendo que não sabem quais as vacinas estão disponíveis para esta faixa etária.

Já 46% afirmaram que o médico nunca mencionou a necessidade de vacinas na vida adulta. Faz parte da rotina do pediatra informar aos pais o calendário de vacinas de recém-nascidos e crianças. No entanto, adolescentes e adultos acabam não sendo informados sobre esse assunto.

Prescrição pode solucionar problema

Para a médica Isabella Ballalai, presidente da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), a solução para melhorar a cobertura de vacinação desses grupos é a prescrição médica.

"O médico precisa lembrar e falar com o adulto sobre vacinação, mas isso não é comum. É da própria cultura do médico. Essas ações de prevenção são esquecidas", afirmou. "O profissional de saúde precisa aproveitar situações de consulta clínica e até de emergência para lembrar das vacinas."

Adultos também pegam catapora

Além da falta de abordagem médica, muitos adultos acham que apenas na infância as vacinas são importantes. Existe até uma certa impressão de que a fase de determinadas doenças já passou. Errado. Uma pessoa de qualquer idade que não foi imunizada corretamente está sujeita a contrair doenças como sarampo, rubéola, catapora ou difteria.

"O adulto tem a ideia que não vai ficar doente. E a impressão de que não há necessidade de se vacinar, pois, supostamente, já passou a fase das infecções. Que esse período ficou lá na infância", disse o médico Edison Fedrizzi, professor de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Não deixe para depois

Há também aqueles que mesmo em época de campanhas de vacinação, como foi da gripe, do HPV e da febre amarela, acabam deixando para depois e, simplesmente, não se imunizam. É a procrastinação.

"Essa é uma questão séria. A pessoa vai adiando porque não considera uma questão de urgência. Ela não se vê doente e procrastina. Há pouco tempo, ouvi, no salão onde faço unha, uma jovem falando que como não teve gripe no ano passado não vai tomar a vacina neste ano", contou a psicóloga Magda Pearson.

Vacina faz mal? Mito!

Fora do país, existe um movimento de pessoas que se opõe à vacinação, principalmente em crianças. Esse grupo entende, de maneira equivocada, que a imunização pode provocar doenças e desregular o sistema imunológico. Bobagem, claro. A vacinação é segura e comprovadamente benéfica.

No Brasil, esse movimento ainda é fraco. Mesmo assim, algumas pessoas ainda têm medo de vacinas. Segundo Pearson, esses adultos temem tanto ficar doente que acham que o simples contato com um agente contido na vacina pode fazer mal.

"Existe o medo de que, se me aproximo da vacina, posso pegar a doença. É um mito. O brasileiro, no geral, tem medo de ficar doente. E, quando está saudável, medo de entrar em contato com qualquer coisa diferente", explicou.

Boatos em relação a efeitos colaterais da vacinação prejudicaram, por exemplo, a campanha de imunização contra o HPV. De acordo com o médico Edison Fedrizzi, os sintomas apresentados por algumas garotas não eram relacionados diretamente à vacina.

"O problema é que esses problemas foram amplamente divulgados e acabaram ficando na memória das pessoas e dificultaram a vacinação", explicou.

"É importante dizer que a vacinação é uma questão de saúde pública, não é individual. Se eu me protejo, as pessoas ao meu redor também ficam protegidas. Meu papel, ao tomar a vacina, também é o de proteger as pessoas que não podem se vacinar por algum motivo", completou.  

Visite o posto de saúde

Bem, se a sua carteirinha de vacinação não está atualizada, ainda há tempo. E também várias maneiras de se informar. A SBIm, por exemplo, mantém em seu site um calendário das vacinas que todos devemos tomar. Além disso, o órgão mantém um portal com informações gerais sobre vacinação.

Uma visitinha ao posto de saúde mais próximo de sua casa, com a carteirinha em mãos, também é válida. O sistema público costuma ser bem abastecido de vacinas e as enfermeiras são treinadas para identificar quais vacinas estão faltando. 

"O interessado pode ir ao postinho ou a uma clínica privada. É bom lembrar que o programa nacional de imunização é um dos melhores do mundo. Melhor do que vários países do primeiro mundo. O que falta é conscientização", afirmou Fedrizzi.

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